Katowice (Polônia) - O filme de 2006 se repetiu, e a seleção brasileira masculina de vôlei voltou a cair diante da Bulgária na primeira rodada da fase final da Liga Mundial. Nesta quarta-feira, a equipe nacional cometeu muitos erros na defesa, sobretudo no bloqueio, e não conseguiu parar os adversários, que conseguiram a vitória por 3 sets a 2, com parciais de 21/25, 25/20, 21/25, 25/23 e 15/12.
Agora, a equipe búlgara tenta ratificar a classificação já na quinta, quando entram em quadra para o duelo com a Rússia. Os comandados de Bernardinho, em compensação, têm um dia de descanso para acertar os erros e tentar garantir a vaga na sexta, contra a Rússia. Se perder, o Brasil - atual tetracampeão - dá adeus à competição.
Para piorar, a seleção perdeu a sua invencibilidade nesta edição da Liga Mundial. A equipe havia vencido as seis partidas realizada na fase inicial, contra Finlândia, Coréia do Sul e Canadá.
Se valer a superstição, no entanto, o resultado negativo desta quarta é semelhante ao do ano passado. Também na estréia, a seleção verde e amarela foi superada pela Bulgária, por 3 a 0 (25/17, 25/23 e 25/20), e perdeu o 100% de aproveitamento. Mesmo assim, o time nacional conseguiu se recuperar na competição e faturou o título - seu sexto na história e o quarto em seqüência.
O jogo - O Brasil começou o primeiro set assim como os atletas haviam prometido no dia anterior: explorando a velocidade nas jogadas para conseguir vencer o bloqueio adversário. Embora não conseguisse se impor com perfeição frente os atacantes adversários, a seleção compensava com uma boa recepção e com uma boa atuação do levantador Ricardinho.
Ainda que os primeiros pontos da disputa tenham sido bastante disputados e a partida começasse muito equilibrada, a equipe brasileira conseguiu abrir uma boa vantagem sobre os adversários na metade final da queda e não levaram muitos sustos para sair na frente com 25/21.
No segundo set, contudo, a história foi diferente. A recepção brasileira começou a falhar e a Bulgária passou a se aproveitar dos lapsos momentâneos dos rivais. Os representantes do Leste Europeu tiveram a vantagem do placar desde o início da parcial, sempre com pelo menos um ponto de diferença.
O time verde e amarelo esboçou reação em duas oportunidades. Na primeira, conseguiu empatar a parcial por 10/10, mas ainda assim não conseguiu manter o ritmo e permitiu que a Bulgária logo em seguida abrisse 18/14. A diferença voltou a cair para 20/19 logo depois, mas os europeus retomaram o comando da queda e fecharam a disputa por 25/20.
Depois da conversa com Bernardinho no intervalo para o terceiro set, o Brasil melhorou. Embora mostrasse certo afobamento no início da parcial, a equipe conseguiu superar a defesa adversária e o potente saque de Matey Kaziyski para abrir vantagem e voltar a tomar o controle do placar, com 25/21.
A Bulgária começou melhor no quarto set, com dois pontos de vantagem logo no começo da disputa graças a ataques indefensáveis de Boyan Yordanov, que havia iniciado a partida no banco de reservas. Os europeus tinham vantagem de 9/7 até que dois lances nem um pouco parecidos decretaram o empate por 9/9.
Em bola no fundo da quadra, Kaziysky ousou e arriscou levantar de costas com um toque. O atacante, porém, errou feio e sequer conseguiu passar a bola. No ponto seguinte, foi a vez de Ricardinho ter que correr para pegar uma bola no fundo da quadra. Também de costas, mas de manchete, o levantador brasileiro conseguiu um ótimo passe para Dante, que afundou a bola na quadra búlgara.
Ainda assim, a queda seguiu equilibrada no restante dos pontos. A Bulgária chegou a ameaçar ao abrir dois pontos de vantagem em 18/16 graças ao mau desempenho do bloqueio brasileiro. Ainda que a seleção conseguisse retomar a vantagem com 21/20, a marcação na rede voltou a ser problema e os europeus faturaram a queda por 25/23.
Embalada, a Bulgária começou com tudo. Aproveitando-se da falta de confiança do time brasileiro, a equipe rapidamente abriu 7/3 no tie-break e passou a ter o controle dos pontos. Desta forma, a equipe precisou apenas conduzir o resultado até o ponto final, que sacramentou o revés da equipe brasileira e o fim da invencibilidade na competição.