Teresópolis (RJ) - Aparentemente vaga desde o afastamento de Ronaldo da seleção brasileira, a camisa 9 amarela tem, no momento, Luis Fabiano como seu dono, já que Dunga parece disposto a mudar apenas o que for necessário nos seus titulares. O atacante do Sevilla, entretanto, tem dois concorrentes de peso para o posto de "homem-gol" nacional. Cada um com um trunfo diferente na briga.
Visto como principal revelação do futebol verde-amarelo nos últimos tempos, Alexandre Pato tem como credenciais a boa participação no Milan e o gol marcado em sua estréia na seleção. Isso tudo com 18 anos.
A idade o transforma em grande esperança para o inédito ouro olímpico. Mas o ex-colorado garante: agora, só pensa no Paraguai e na Argentina, adversários do time principal nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. A preocupação com os Jogos de Pequim, que começam em agosto, fica para depois.
"Estou nas Eliminatórias e quero fazer o meu melhor nessa seleção agora. E todos vão fazer o melhor para sairmos vencedores. Todos, torcedores, jogadores, comissão técnica, querem essas vitórias e vamos fazer o nosso melhor", disse, político, o atacante, mostrando que estar na China ainda não é o pensamento comum na Granja Comary.
Oito anos mais velho que um de seus mais fortes concorrentes ao posto de goleador de Dunga, Adriano tem metas diferentes na cabeça. O são-paulino já atingiu o auge na seleção, sendo inclusive titular na última Copa do Mundo, mas viu problemas pessoais o atrapalharem tanto na Inter de Milão quanto na equipe canarinho. De volta depois de mais de um ano longe da camisa amarela, o atacante comemora sua recuperação.
"Consegui dar uma volta por cima na minha vida de novo. Passei momentos muito ruins e decidi vir para o Brasil, para o São Paulo, e estou conseguindo reconquistar as coisas devagar. E tenho que dar continuidade no trabalho", afirmou o agora ponderado atleta.
Por sua declarações, entende-se que Adriano não está obcecado em retomar a 9 da seleção com rapidez. Tanto que respeita Luis Fabiano, seu companheiro usando a mesma numeração atual na conquista da Copa América de 2004, ainda sob o comando de Carlos Alberto Parreira.
"A briga é saudável. A gente tem uma amizade muito grande desde a Copa América. Vou tentar ter a maior tranqüilidade do mundo", ponderou.
Se postulantes ao ataque titular não faltam, um dos dois a serem escolhidos por Dunga tem vaga cativa: Robinho. E, com o lugar assegurado, o astro do Real Madrid prefere nem comentar a briga para atuar ao seu lado com o uniforme pentacampeão mundial.
"Todos os jogadores que temos no ataque são muito bons e cabe ao Dunga escolher o meu parceiro", esquivou-se.