Da Redação
Ian Marcel Benites Cavalheiro nasceu em 21 de abril de 2003, em Jardim, interior de Mato Grosso do Sul. Hoje, aos 22 anos, ele representa Campo Grande no vôlei e constrói uma trajetória marcada pela disciplina, pelo planejamento e pela busca constante de evolução. A história dele se aproxima da de muitos jovens atletas que começam no esporte dentro da escola, mas que, ao longo do caminho, encontram no treino diário a confirmação do rumo que desejam seguir.
Ian conta que o primeiro contato veio nas aulas de educação física. “Eu descobri o vôlei ainda na escola. Sempre gostei de esportes, mas o vôlei me chamou atenção por ser um jogo coletivo que exige técnica, foco e muita comunicação.” A identificação foi imediata, e o ambiente escolar acabou servindo de porta de entrada para algo maior. Professores e colegas, segundo ele, tiveram papel importante nesse início. “Comecei jogando nas aulas e fui pegando gosto. Tive professores e colegas que me incentivaram bastante, e isso me motivou a levar o esporte a sério.”
A primeira experiência em quadra fora da escola também ficou marcada na memória. Ian lembra que o nervosismo não foi diferente do entusiasmo. “No primeiro treino eu estava nervoso, mas animado. Queria mostrar serviço e aprender rápido.” A sensação se intensificou quando disputou o primeiro campeonato. “Senti o frio na barriga de competir de verdade, mas também a emoção de representar minha equipe. Foi ali que percebi que o vôlei era o que eu queria seguir.”
Com o tempo, veio a necessidade de se firmar enquanto atleta em Campo Grande. Mesmo com o crescimento do voleibol na cidade, o processo envolve barreiras. “Acredito que o maior desafio foi conquistar espaço e reconhecimento. A estrutura para o vôlei está crescendo, mas ainda não é fácil manter um ritmo de treinos, estudos e competições.” A conciliação das rotinas é, para ele, uma questão de organização e constância. “Tenho horários bem definidos e tento manter tudo em equilíbrio. Tem dias cansativos, claro, mas quando a gente ama o que faz, encontra energia.”
Essa noção de disciplina aparece em todas as falas de Ian, especialmente quando aborda o que considera indispensável para quem deseja competir em alto nível. “Foco, dedicação e resiliência. O vôlei exige técnica e preparo físico, mas o mental é tão importante quanto. É preciso saber lidar com erros, aprender rápido e sempre querer evoluir.”
A inspiração na carreira também existe. Ian cita Lucarelli como uma referência. “Ele tem uma energia incrível dentro de quadra e mostra o quanto é possível se superar com trabalho duro. Tento me inspirar nessa mentalidade de estar sempre buscando o melhor de mim.” Não se trata apenas de copiar gestos técnicos, mas de assimilar postura, ética e constância.
Entre os momentos marcantes, o primeiro título conquistado com a equipe de Campo Grande aparece como um divisor. “Foi o resultado de meses de treino e esforço, e ver tudo isso dar certo foi uma sensação indescritível. Ali eu tive certeza de que todo o sacrifício vale a pena.” A afirmação revela a força da vivência coletiva no esporte: a celebração compartilhada reforça convicções individuais.
Antes de jogos importantes, a busca por equilíbrio mental entra em cena. Ian explica que, com o tempo, aprendeu a transformar a pressão em combustível. “Procuro manter a calma e lembrar de todo o trabalho feito até ali. Ouço música, respiro fundo e foco em executar o que treinei. A pressão faz parte, mas aprendi a transformar ela em motivação.”
O caminho daqui para frente segue um passo de cada vez, mas com metas claras. “Meu foco é continuar evoluindo, disputar campeonatos maiores e quem sabe chegar a uma equipe nacional. Defender a Seleção Brasileira é um sonho, e cada treino, cada jogo, é um passo nessa direção.”
Ao final, Ian deixa uma mensagem direta aos jovens que pensam em trilhar o mesmo caminho. “Eu diria pra acreditar e dar o primeiro passo. O começo é sempre difícil, mas o importante é não desistir. Cada treino conta, cada obstáculo ensina. Se você tem paixão pelo vôlei, vai valer a pena.”