Com a campanha, o Brasil perde chance de ficar entre os 16 melhores e obtém sua pior participação na história do torneio. Antes, o 11º lugar no Canadá, em 1994, havia sido o maior fracasso. Vale lembrar que o país conquistou o Mundial duas vezes, em 1959 e 1963, e é, ao lado dos EUA, o único a participar de todos os 15 eventos realizados até hoje.
No Mundial, a seleção chegou como uma promessa - embora longe de ser favorita - por ter jogadores da NBA, como Anderson Varejão e Leandrinho, e outros que vinham em destaque na Europa, caso de Thiago Spliter, Guilherme e do ascendente Marcelinho Huertas. Além disso, obteve bons desempenhos na fase de preparação, como nas vitórias sobre a Nova Zelândia e na derrota por apenas quatro pontos para os EUA.
No entanto, o que se viu desde o início foi uma equipe desarrumada e mal postada na defesa. A campanha não poderia ter começado pior, com derrota para a Austrália em jogo que era considerado como um dos que a equipe deveria vencer. Na seqüência, se recuperou para cima do fraco Catar em boa atuação e passou a ficar animado para o restante da competição.
Mas os jogos que vieram foram igualmente decepcionantes. O Brasil repetiu erros e perdeu para a Turquia por dois pontos, após Leandrinho ter tido chance de empatar em lances livre no final. Na quarta-feira, teve mal início, equilibrou o confronto e chegou a passar à frente da Grécia no final, antes de cair por nove pontos.
Nesta quinta, entrou com chances de classificação e podia sair até como terceiro do grupo se vencesse a Lituânia por mais de 14 pontos. Uma simples vitória colocava a equipe na segunda fase, para enfrentar os EUA, líderes do Grupo D. Com a derrota, porém, quem ficou em quarto foi a Austrália, com os lituanos em terceiro.
Jogo - Assim como já havia acontecido nas últimas partidas, o Brasil começou devagar e viu os rivais abrirem boa vantagem aos poucos. Mal na defesa, facilitou para o ataque lituano, que esteve praticamente perfeito, tanto nos lances de três pontos (foram seis bolas convertidas) quanto dentro do garrafão, onde teve aproveitamento de 89%.
No segundo quarto, o Brasil voltou melhor e iniciou reação ao marcar 14 a 10 (45 a 31 no placar). A defesa esteve mais forte e a Lituânia passou a errar. Depois de ver a vantagem ficar em 18 pontos, a seleção nacional aumentou o ritmo e diminuiu para dez a dois minutos para o fim do período. Marcelinho ainda teve chance de converter cesta de três no último segundo, mas desperdiçou boa oportunidade.
Depois de início arrasador, a Lituânia já não era a mesma. O resultado foi a melhor atuação do Brasil. O terceiro quarto teve em Thiago Spliter o maior destaque. Após cesta, a desvantagem parou nos sete pontos. Os lituanos demoraram para marcar e só fizeram os primeiros pontos após quatro minutos.
Novamente com Spliter, em boa noite, a diferença caiu para cinco pontos, mas novamente em lances bobos o Brasil deixou os rivais deslancharem para 58 a 47. Em final frustrante após início promissor, o quarto terminou com 64 a 49 para os europeus.
Apesar da queda, os comandados de Lula Ferreira não desanimaram e repetiram a boa atuação do jogo contra a Grécia. Thiago Spliter e Leandrinho fizeram cinco pontos seguidos e deixaram a diferença em oito. Em seguida, após seqüência de cestas de três, com duas de Nezinho, o jogo ficou parelho de vez. A Lituânia perdeu três de seus principais jogadores com cinco faltas e abriu espaço para reação.
O final foi mais uma vez dramático e o Brasil até teve chances de empatar a 30 segundos do fim, mas Alex errou um dos lances livres. Na seqüência, a Lituânia sofreu falta, converteu um e abriu espaço para o Brasil empatar em 76 a 76 na volta. Mas Thiago Spliter perdeu chance embaixo da cesta. Desesperados, os jogadores brasileiros ainda tentaram faltas, mas a diferença no final só cresceu.