Bogotá (Colômbia) - As eliminatórias sul-americanas começam para o Brasil neste domingo, contra a Colômbia, em Bogotá, às 19h (horário de Brasília). Além da vaga à Copa de 2010, na África do Sul, a disputa pode ser decisiva para dois ícones da atual seleção: Dunga e Ronaldinho Gaúcho.
Capitão na vitoriosa campanha de 1994, nos Estados Unidos, o ex-volante assumiu o cargo de técnico sob desconfiança e, nem mesmo o título da Copa América este ano, na Venezuela, trouxe tranqüilidade ao gaúcho, aposta da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) após a eliminação nas quartas-de-final na Alemanha.
Dunga, que já declarou que as eliminatórias são mais difíceis que o Mundial, convive com a sombra de Luiz Felipe Scolari, último campeão pelo Brasil e que não atravessa bom momento em Portugal.
"Não me preocupo com rumores", disse. "Estou focado na vaga à Copa de 2010 e pretendo fazer o meu trabalho até o final. Gosto de desafios e os meus jogadores também", discursou o estreante, que jamais perdeu como jogador quando disputou partidas qualificatórios.
Com frases fortes - "para mim treino é jogo e jogo é guerra" -, Dunga já fez 20 jogos como técnico da seleção e perdeu apenas dois, para Portugal e México. Esboçou uma reformulação, mas manteve a base da equipe que caiu diante da França, como os zagueiros Lúcio e Juan, Gilberto e Gilberto Silva, que foram à Copa, e o trio formado por Robinho, Kaká e Gaúcho.
O astro do Barcelona, diferentemente do ex-santista e ex-são-paulino, ainda não readquiriu o seu status no grupo. Embora os dois primeiros também tenham decepcionado nos campos alemães, Robinho reagiu ao liderar o time na Venezuela (foi inclusive o artilheiros) e Kaká ganhou espaço ao brilhar no título da Liga dos Campeões vencida pelo Milan. É ainda o favorito aos prêmios da Bola de Ouro e melhor do Mundo da Fifa, que sai em dezembro.
Mais longe dos holofotes e do assédio - Kaká liderou os pedidos de autógrafos na Granja Comary -, Ronaldinho parece ignorar o atual momento. "Estou em um momento maravilhoso na seleção brasileira. Durante toda a minha vida foi assim, convivendo com elogios e críticas".
O primeiro passo de Dunga e Gaúcho rumo ao novo período de estrelado será dado na altitude de Bogotá. Os 2.640 m, porém, podem atrapalhar. "A bola fica mais rápida e os zagueiros não podem permitir os chutes de fora da área", alertou Júlio César, que ganhou a disputa com Doni como titular do gol.
O Brasil, que jamais perdeu na estréia das eliminatórias, poderá contar com Robinho, recuperado de dores no tornozelo. O atacante irá atuar ao lado de Love, que marcou apenas três gols com a camisa amarela e corre o risco de perder a posição para Afonso.
Na Colômbia, o técnico José Luis Pinto aposta em jogadores que brilharam nas categorias de base para tentar voltar ao Mundial.
"Temos condições de jogar de igual para igual com o Brasil. Condições físicas, mentais e técnicas. Devemos tomar apenas os devidos cuidados", alertou.
O Brasil volta a campo no dia 17, contra o Equador, no Maracanã. Os colombianos irão enfrentar a Bolívia em La Paz.
BRASIL: Júlio César; Maicon, Lúcio, Juan e Gilberto; Gilberto Silva, Mineiro, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Robinho e Vagner Love.
Técnico: Dunga.
COLÔMBIA: Julio; Zúñiga, Mosquera, Walter Moreno e Vélez; David Ferreira, Jaime Castrillón, Amaya e Carlos Sánchez; Falcao García e Rentería.
Técnico: José Luis Pinto.
Árbitro: Carlos Amarilla (Paraguai)
Local: estádio El Campín
Horário: 19h (horário de Brasília)