Las Vegas (EUA) - Depois de dominar praticamente todo o jogo e chegar a ter 17 pontos de vantagem, a seleção brasileira masculina de basquete sofreu uma virada histórica nos últimos minutos e foi superada pela Argentina por 86 a 79 (38 a 42 no primeiro tempo) na prorrogação, na penúltima rodada do Torneio Pré-olímpico das Américas, em Las Vegas. No tempo regulamentar, o jogo ficou empatado em 71.
Os argentinos seguem invictos, enquanto o Brasil acumulou sua terceira derrota. Nesta quinta-feira, o time do técnico Aluísio Ferreira encerra sua participação na fase enfrentando o Uruguai, às 20 horas, e precisando da vitória para ir à semifinal em terceiro. A Argentina se despede das quartas, enfrentando os Estados Unidos no encerramento da rodada, à 1 hora.
Mais uma vez, a seleção pagou caro por sua fragilidade na cobrança de lances livres. A equipe fez apenas oito de 17 pontos possíveis (47% de eficiência). Na Argentina, com duas vezes mais oportunidades, o aproveitamento foi de 77% (27/35). E foi através dos lances, que a equipe conseguiu estruturar a virada nos últimos minutos.
A seleção brasileira começou, sem dar mostras de sentir a pressão do jogo. Com boas atuações de Leandrinho e Valtinho, a equipe conseguiu fechar o primeiro quarto em 23 a 16.
A Argentina cometia vários erros na armação de suas jogadas e a equipe brasileira foi aproveitando os espaços para manter a vantagem. Com a briga nos rebotes estabilizada (18 a 17 para o Brasil), a diferença estava mesmo no aproveitamento dos arremessos. Os brasileiros já acrescentavam 18 pontos nas cestas de 3 (75%), enquanto a Argentina tinha apenas 27% (9 pontos). As cestas no perímetro também estavam mais favoráveis à equipe nacional (50% a 39%), o que garantia vibração ao grupo.
Uma cesta de três de Valtinho permitiu ao Brasil distanciar-se 9 pontos após uma ameaça de reação argentina (30 a 21), determinando o ritmo do restante da parcial. Com a dianteira estabilizada nos 10 pontos, Lula teve mais liberdade para mexer no time. Deu descanso para Valtinho e Splitter, colocando Huertas e JP Batista, mas sem perder produtividade para fechar em 42 a 28 com uma cesta de Guilherme ao toque da campainha.
O intervalo permitiu à Argentina se reestruturar. A conversa do técnico Sergio Hernández surtiu efeito e o ataque passou a ser mais eficiente. Em bom momento interno e sem Leandrinho, que já tinha quatro faltas, a Argentina soube aproveitar e levou vantagem na pontuação. Marcando 22 pontos contra 16 do Brasil, que mesmo assim foi para o último quarto vencendo por 58 a 50.
Para a parcial decisiva a Argentina perdeu o ala Kammerichs, que deixou a quadra amparado após bater as costas em Nenê durante uma disputa de bola embaixo da cesta. Mesmo com o desfalque, os argentinos baixaram a distância para apenas quatro pontos com a ajuda de sucessivos erros do Brasil. Marcelinho desperdiçou três posses, Alex, uma e o jogo ficou empatado em 58.
O técnico Lula pediu tempo e recolocou Leandrinho pendurado em quadra. Seu retorno fez toda diferença para o moral do grupo, mas foram duas bolas de três de Marcelinho que distanciaram o Brasil no marcador.
A Argentina não entregou os pontos e voltou a encostar com 66 a 63. A reação pressionava os brasileiros e em menos de 1 minuto, Guilherme teve duas faltas marcadas, forçando o retorno de Splitter. Na cobrança de lances livres, Scola deixou apenas um ponto entre os dois times.
Valtinho acertou de três e Splitter ainda impediu uma cesta Argentina. Mas com menos de 3 minutos por jogar, o ala/pivô foi eliminado com a quinta falta. O Brasil liderava por 71 a 65.
A grande vantagem argentina sobre o Brasil estava no lance livre em que tinham 80% de eficiência contra tímidos 27% dos representantes nacionais. Uma cesta de Gutierrez e um lance livre de Scola e o jogo ficou empatado em 71 com 47 segundos por jogar.
O Brasil teve duas oportunidades no ataque, mas na precaução, Leandrinho arriscou o arremesso de longa distância que não caiu e o jogo foi para a prorrogação. No tempo complementar, a Argentina assumiu a liderança em 75 a 74, não deu mais chances e venceu por 86 a 79.
Scola foi o cestinha da noite com 23 pontos, a Argentina ainda contou com 17 pontos e 10 rebotes de Carlos Delfino. No Brasil, destaque para Marcelinho com 19 pontos e Nenê com 10 pontos e 12 rebotes. Leandrinho e Valtinho também chegaram aos dois dígitos, 16 e 14 pontos, respectivamente.