Quarta-feira, 03 de dezembro de 2025, 20:31

Bissoli: do futebol à psicologia, sem deixar o esporte para trás

da redação - 26 de nov de 2025 às 15:38 93 Views 0 Comentários
Bissoli: do futebol à psicologia, sem deixar o esporte para trás Da Redação

Mariana Bissoli Brito, de 26 anos, nasceu em Nova Andradina e construiu um caminho que une futebol, superação física, formação acadêmica e presença constante nas redes sociais. Conhecida como Bissoli, ela atuou profissionalmente pelo Mixto, em João Pessoa, onde disputou o Campeonato Paraibano de futebol de campo. A ida para a Paraíba marcou o início de uma fase de amadurecimento dentro e fora do esporte.

 

“Estar distante de casa me exigiu maturidade, disciplina e capacidade de adaptação”, afirma. Segundo ela, o período no Mixto ofereceu contato com novas metodologias e rotinas, ampliando sua compreensão sobre o futebol. Foi também nesse momento que ela entendeu os caminhos possíveis dentro da carreira.

 

Mesmo recebendo propostas para permanecer no esporte profissional, Bissoli decidiu retornar a Mato Grosso do Sul. Ela explica que, naquele momento, finalizar a graduação em Psicologia foi determinante: “Compreendi que concluir a graduação era essencial para garantir estabilidade e construir uma carreira sólida”. De volta ao estado, ela encontrou outro desafio: lidar com as consequências de três cirurgias no joelho ao longo da trajetória esportiva.

 

A fase de recuperação foi longa. Bissoli ressalta que o processo exigiu paciência e respeito aos limites físicos. “Aprendi a respeitar o tempo do corpo e a valorizar cada pequena evolução”, diz. Para quem enfrenta o mesmo cenário, ela destaca a importância de manter acompanhamento adequado e atenção à saúde emocional. “Uma mente equilibrada é fundamental para sustentar o corpo durante o processo”, completa.

 

Paralelamente à reabilitação, Bissoli ganhou visibilidade nas redes sociais ao publicar vídeos de embaixadinhas usando salto alto — algo que começou sem pretensão, mas chamou atenção pelo caráter inusitado. “Sempre encarei como uma brincadeira que representava minha ligação leve e descontraída com o futebol”, afirma. A repercussão levou a convites para quadros no Globo Esporte MS e até um desafio ao jornalista Rodrigo Bocardi, veiculado nacionalmente pela TV Globo.

 

Ela avalia essa exposição como um reflexo da relação que o público estabeleceu com sua trajetória. “Perceber minha história sendo contada em uma mídia nacional mostrou que dedicação e autenticidade podem inspirar outras pessoas”, comenta. O alcance do conteúdo fez com que muitos jovens passassem a buscar sua história como referência.

 

Quando fala sobre motivação, Bissoli aponta que obstáculos fazem parte das trajetórias esportivas e pessoais. “Cada obstáculo não é um sinal para parar, mas um convite para se fortalecer”, afirma. Para ela, a mensagem principal é manter consistência diante das dificuldades e respeitar o ritmo de cada processo. “Quem persiste transforma o impossível em conquista”, destaca.

 

Hoje, formada em Psicologia e atuando na área, ela afirma que o esporte segue influenciando diretamente sua prática profissional. “O futebol me ensinou sobre disciplina, pressão emocional e trabalho em equipe”, explica. Esses elementos, segundo ela, ampliam sua capacidade de acolher pacientes e compreender situações de desgaste emocional, insegurança e busca por autoconhecimento.

 

Mesmo com a rotina de atendimentos, Bissoli continua presente no esporte. Ela compete em campeonatos de futsal e organiza a rotina para que trabalho, treinos e redes sociais coexistam. “O esporte continua sendo parte essencial da minha identidade”, afirma.

 

Sobre a situação do esporte feminino em Mato Grosso do Sul, ela considera que ainda há carência de visibilidade e investimento. Embora reconheça avanços, aponta que o reconhecimento não corresponde ao esforço das atletas. “Lutamos diariamente para que, no futuro, haja mais incentivo e oportunidades”, afirma.

 

Para os próximos anos, Bissoli planeja continuar unindo suas áreas de atuação. Como psicóloga, busca aprimorar a própria prática e expandir o atendimento. No esporte, pretende seguir competindo e contribuindo com o futsal. Ela projeta um caminho de equilíbrio entre essas frentes. “Busco crescimento contínuo e a construção de um caminho que una minhas paixões e responsabilidades”, resume.

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