Natural de São Paulo (SP), nascida em 27 de julho de 1985, Beatriz Merbach Yamamoto encontrou no CrossFit não apenas uma modalidade esportiva, mas um propósito de vida. Hoje coach em Campo Grande, ela compartilha a trajetória de quem transformou um treino experimental em uma carreira dedicada à evolução física e emocional — tanto pessoal quanto dos alunos que ensina diariamente.

Beatriz conta que sua relação com o CrossFit começou há nove anos, em um momento em que ela ainda treinava musculação. O convite para conhecer a nova modalidade veio do coach Toninho, e bastou uma aula para que ela percebesse que algo diferente havia despertado. “Na primeira aula, percebi que o CrossFit era desafiador, cheio de movimentos complexos, e foi aí que a paixão pelo esporte começou. Cada dia era um movimento novo, uma nova evolução e um novo desafio a ser feito. Quanto mais treinava, mais conquistava os movimentos que, para mim, antes pareciam impossíveis.”

Essa sensação de desafio constante é uma das marcas registradas do CrossFit. O esporte, que combina força, resistência e condicionamento físico de maneira ampla, é conhecido por sua intensidade e diversidade de exercícios. Para Beatriz, o que a encantou desde o início foi exatamente essa dinâmica de superação diária.

Três anos depois de iniciar os treinos, ela decidiu dar um novo passo: tornar-se coach. “Após três anos na modalidade, decidi iniciar como coach nas aulas, e ali veio um novo desafio: saber controlar, organizar e ser didática o suficiente para conseguir as evoluções tão sonhadas dos alunos. E aí veio uma nova paixão: trabalhar e ter como resultado a superação e a evolução dos meus alunos.”

Segundo Beatriz, ver o progresso de quem treina com ela é uma das partes mais gratificantes do trabalho. “A gratidão dos alunos compensa todo o cansaço”, resume.

Nos últimos anos, ela tem observado o crescimento expressivo da modalidade em Mato Grosso do Sul. “É notório o crescimento da modalidade no nosso estado, seja pela procura de novas pessoas, como também pela abertura de inúmeros boxes de CrossFit, tanto na capital quanto no interior.”

Esse aumento de interesse, segundo ela, se explica principalmente pela experiência coletiva e pelo chamado “boca a boca”. “O principal atrativo da modalidade é o famoso boca a boca. As pessoas que gostam acabam trazendo amigos e familiares para as aulas experimentais, tanto pessoas que já praticam outros esportes, como pessoas totalmente sedentárias, que nunca praticaram nenhum tipo de esporte antes.”

Beatriz explica que o CrossFit foi criado com o objetivo de desenvolver um condicionamento físico completo, sem se concentrar em músculos ou capacidades de forma isolada. “Ele trabalha movimentos funcionais que melhoram a capacidade do corpo de se mover bem na vida real, trazendo benefícios e mais qualidade de vida aos praticantes.”

Apesar dos benefícios amplamente reconhecidos, ela admite que o esporte ainda enfrenta alguns preconceitos, especialmente em relação ao risco de lesões. “O esporte ainda vivencia o mito de gerar lesões. Quem já vivenciou uma aula com um bom profissional sabe que a modalidade trabalha de forma individualizada e técnica cada movimento a ser conquistado.”

A rotina de um coach, no entanto, é muito diferente daquela dos alunos. Beatriz relata que o dia a dia envolve uma carga intensa de trabalho físico e mental. “Além de treinar todos os dias, buscamos novas didáticas para atender inúmeros alunos, pois cada aluno tem sua individualidade nos exercícios. Dar várias aulas ao longo do dia é cansativo e bem desgastante. Além do desgaste mental, existe o físico também, pois demonstramos os movimentos.”

Quando o foco é a preparação para competições, a exigência aumenta ainda mais. “A preparação para uma competição se torna mais desgastante, pois, além do volume de treinos aumentar, ainda temos que lidar com a ansiedade que a competição nos traz.”

Para quem tem vontade de começar no CrossFit, Beatriz é direta ao afirmar que não existe um “momento certo”. “A pessoa que sente vontade de iniciar não precisa de uma preparação específica. O CrossFit vai trabalhar de forma individualizada, então tudo depende do grau de preparo físico de cada um. Com certeza, a modalidade trará novos desafios, seja você uma pessoa sedentária ou já praticante de outra modalidade.”

O conselho dela é simples, mas carrega uma mensagem de incentivo: “Vá até um box de CrossFit e conheça a modalidade de perto.”

Hoje, aos 40 anos, Beatriz continua firme em seus objetivos dentro e fora do box. Ela equilibra o papel de treinadora com o de atleta, sem deixar que a idade limite seus planos. “Meus objetivos são dar continuidade aos meus treinamentos, mesmo com uma idade já avançada (40+). Ainda tenho projetos de participar de algumas competições e continuar trabalhando nas periodizações, melhorando e alcançando as evoluções dos alunos.”