O fisiculturista Jonathan Leite Garcia, conhecido como “Coxinha”, 39 anos, nasceu em São Bernardo do Campo (SP) e vive em Três Lagoas. O apelido que o acompanha até hoje surgiu há 20 anos, quando fazia um curso de eletrotécnica em Andradina (SP). “Significa nariz de coxinha. No começo não gostei, briguei com a galera e fiquei dias sem falar com eles, mas o apelido pegou quando eu subi na mesa da faculdade e gritei para todo mundo ouvir: ‘eu sou o Coxinha mesmo e vai todo mundo pra &$&&$^%’”, recorda.
A primeira vez que subiu em um palco de fisiculturismo foi há dez anos, por incentivo de amigos. Participou do Campeonato Estadual da Federação IFBBMS, em Três Lagoas, conquistando o terceiro lugar na categoria Men’s Physique, na qual compete até hoje. “O maior desafio foi assimilar a vida que eu tinha com a que eu gostaria de viver”, diz.
Antes de se dedicar ao esporte, ele descreve que era adepto de uma rotina diferente. “Sempre fui muito de sair, curtir, beber, comer de tudo. Essa mudança de vida eu não estava esperando que seria tão difícil. Parar minhas festas, meus pagodes, parar de beber… e ter hora para comer todos os dias era muito difícil. Sempre comi de tudo, me chamavam de nego morfo, porque eu bebia e comia muita porcaria e ainda assim tinha um físico muito legal.”
Hoje, sua rotina é estruturada e intensa. São seis treinos de musculação por semana, divididos em duas sessões diárias, além de cardio. “De segunda a sexta faço dois treinos por dia e um cardio. Sábado e domingo, dois cardios, descanso da musculação no domingo. Meu treino se baseia em peito, costas, ombro, trapézio… não treino braço há mais de um ano”, explica.
Entre as conquistas mais marcantes, ele cita o campeonato IFBB Aberto Nacional, realizado em Camboriú (SC), em 2019. “Conquistei meu primeiro título overall e conquistei meu Pro Card pela IFBB na categoria Men’s Physique.” Ele também competiu em eventos de destaque, como Arnold Classic, Master Brasil (NPC) e Campeonato Brasileiro (IFBB).
Para Coxinha, cada competição amplia a compreensão sobre dedicação e superação. “Essas competições me fizeram repensar sobre a entrega pelo esporte, sobre nossos limites e o que realmente significa ‘limites’. A evolução é inevitável, e no fisiculturismo os limites são superar os nossos próprios.”
O atleta também deixa conselhos para quem quer entrar no esporte. “Quem tem o sonho de virar um atleta, ou apenas sonha em ter a experiência de palco, faça com amor e faça por você. As pessoas de fora não entendem, então ande com pessoas que compreendam o que está fazendo, que te apoiem, que respeitem suas decisões e seus objetivos.”
Ele admite que, nos momentos mais difíceis, busca motivação no próximo passo. “Eu penso na próxima refeição e dá tudo certo. Temos dias difíceis e outros piores. Em finalização, quando estamos em maior restrição, a ansiedade às vezes pode bater mais forte. Pensar na próxima refeição, próximo treino, me ajuda a chegar mais rápido no meu objetivo.”
Em 2025, o planejamento inclui quatro competições: Musclecontest Campo Grande, Musclecontest Votuporanga, Musclecontest Maringá e AndraXforce, em Andradina. “Contudo, esses shows serão uma preparação para algo maior que quero abraçar no ano que vem. 2026 será um ano pesado, com muitos shows e de nível elevado. Vamos tentar colocar uma versão melhorada, com correção de pontos fracos, para subir competitivo com atletas de ponta da NPC, em busca do tão sonhado Pro Card NPC.” Entre os eventos previstos para a próxima temporada estão Arnold Classic, Olímpia e Musclecontest Brasil.
Fora dos treinos e competições, ele mantém outros interesses. “Eu amo cozinhar. Meu lazer é cinema, adoro assistir filmes de nerd em geral, como animes, filmes de herói e ficção científica. Amo minha casa e, quando não faço nada, invento alguma coisa. Gosto de trabalho artesanal, me ajuda a distrair a cabeça nos dias mais difíceis, assim como o pagode, que eu amo.”