São Paulo (SP) - Vice-campeão da temporada 2008 da Fórmula GP2, o brasileiro Bruno Senna vive um momento de indefinição na carreira. Depois de dois anos na "categoria-escola", o sobrinho do tricampeão Ayrton Senna diz ter o interesse de boa parte das equipes da Fórmula 1 - as exceções são Renault, Red Bull e Ferrari -, mas ainda não sabe onde estará no ano que vem.
Um das principais dificuldades para Bruno é o pouco tempo de carreira, visto que ele começou a se dedicar para valer no automobilismo apenas em outubro de 2004 . Apesar disto, o jovem de 24 anos leva fé em seu potencial. "Aprender muita coisa em pouco espaço de tempo não será novidade para mim. Tem sido assim desde que cheguei à Europa", comentou o piloto.
O piloto garante que não está assim tão longe da principal categoria do automobilismo mundial. "As possibilidades são boas e sólidas, tanto para ser piloto titular quanto para test driver. Para que se materializem, tudo dependerá de fatores externos e de algumas decisões que precisaremos tomar", explicou.
A campanha de Bruno na GP2 em 2008 conta com uas vitórias (Mônaco e Silverstone), três poles, uma melhor volta, seis pódios e 64 pontos, o que lhe garantiu o vice-campeonato da disputa, atrás do italiano Giorgio Pantano.
"Ser campeão poderia ter aberto muitas portas na Fórmula 1. Mas, por enquanto, nenhuma se fechou. Desta forma, ter sido vice não alterou quase nada. No entanto, permanece o gosto amargo de saber que poderia ter sido campeão e não ter conseguido por fatores que não controlo", analisa o brasileiro, se referindo a incidentes como atropelamento de um vira-lata na Turquia, a quebra da embreagem na França, a pane seca em Valência e uma polêmica punição com passagem pelos boxes quando liderava na Bélgica.
"Cresci muito como piloto, em termos de regularidade e tomada de decisões estratégicas. Melhorei minha capacidade de entrosamento com a equipe e isso trouxe resultados positivos. Tenho dedicado cada vez mais atenção à preparação física, o que tem me ajudado a ser mais veloz no qualifying e consistente nas corridas", enumerou Bruno.
Questionado sobre a imagem que acha que passou para os chefes de equipe da Fórmula 1, Bruno se anima. "A imagem de alguém que alcançou bons resultados com relativamente pouca experiência, de forma profissional e que tem aproveitado as oportunidades surgidas", afirmou Senna. "Se olharmos para trás, os passos na minha carreira foram sempre grandes e acredito ter desenvolvido um trabalho sólido ao longo deste curto tempo. Claro que alguns tropeços são naturais, mas isso é característico do esporte e pode acontecer com pilotos experientes ou novatos", destacou.