Sexta-feira, 31 de outubro de 2025, 14:07

Aos 52 anos, Tampinha segue competindo e inspirando no fisiculturismo sul-mato-grossense

da redação - 30 de out de 2025 às 15:07 52 Views 0 Comentários
Aos 52 anos, Tampinha segue competindo e inspirando no fisiculturismo sul-mato-grossense Da Redação

A trajetória de Gilceles Vitório de Oliveira, conhecido no meio esportivo como “Tampinha”, é marcada pela superação e pela busca constante por equilíbrio. Natural de Cassilândia (MS), nascido em 3 de julho de 1973, ele encontrou no fisiculturismo uma forma de recomeçar a vida após um período de profundas dificuldades.

 

“Comecei a competir há 17 anos para sair do fundo do poço. Eu estava com depressão, tendências suicidas e usando muita droga e álcool”, relembra. A virada começou quando recebeu o incentivo de um amigo e mentor, o falecido Amado Moura. “Ele me motivou a competir para superar esses problemas”, conta.

 

A partir dali, o esporte deixou de ser apenas uma prática física e passou a ser um instrumento de transformação pessoal. Tampinha enfrentou diversos obstáculos no início da carreira, principalmente financeiros e físicos. “As maiores dificuldades que enfrentei no começo foram a financeira, a genética — porque sou muito pequeno — e o fato de precisar ficar totalmente focado na preparação. Mas fui superando todos e continuei.”

 

A persistência o levou a conquistas expressivas dentro do fisiculturismo sul-mato-grossense. “As conquistas mais marcantes foram ser campeão estadual aqui na minha cidade em 2014, foi muita emoção. Também as quatro vezes que fui top 3 do Campeonato Brasileiro e esse último título em Campo Grande, porque recebi um apoio que eu não esperava. A emoção foi muito forte.”

 

Aos 52 anos, Tampinha continua ativo, equilibrando a rotina de treinos e o trabalho como personal trainer. “Treino seis vezes por semana, com dois treinos por dia: um com pesos e outro de aeróbico”, explica. Mesmo com a rotina intensa, ele destaca que a motivação vem da superação diária e do desejo de inspirar quem o acompanha. “O que me inspira é superar as dificuldades, mesmo com 52 anos, e dar orgulho para minha família, amigos e alunos.”

 

A maturidade dentro do esporte também trouxe uma visão mais ampla sobre o que representa ser um atleta. Para ele, a grande diferença está no comportamento fora do palco. “O que diferencia um grande atleta é continuar trabalhando duro fora das competições e tratar as pessoas com respeito, tanto fora quanto durante as preparações. Nessa fase você fica cansado e irritado, então precisa controlar o mau humor e tratar todos ao seu redor bem.”

 

A relação com os alunos e o ambiente de trabalho são apontados como fatores que tornam o dia a dia mais leve, apesar das exigências da profissão. “A rotina de trabalho na academia e a preparação são duras, mas hoje trabalho com clientes maravilhosos, o que torna o trabalho mais fácil. Em casa tenho uma mulher incrível que me apoia o tempo todo, aí fica mais fácil.”

 

Sobre o cenário atual do fisiculturismo em Mato Grosso do Sul, Tampinha reconhece avanços significativos. “Fico muito feliz de ver o crescimento do esporte. A estrutura dos campeonatos melhorou demais, assim como a quantidade e a qualidade dos atletas.”

 

Ele também faz questão de aconselhar os novos competidores a buscarem orientação e informação. “Meu conselho é procurar um profissional. Não faça de qualquer jeito, sem informações precisas. É preciso se dedicar realmente na preparação e, o mais importante, se manter humilde e com os pés no chão.”

 

Mesmo após quase duas décadas de carreira, Tampinha continua desafiando seus próprios limites. Ele se prepara para novas competições ainda neste ano. “Meus próximos desafios nos palcos serão no dia 15 de novembro, no Musclecontest Assis, e no dia 5 de dezembro, no Master Brasil, em Campinas.”

 

Mais do que títulos, ele busca constância e propósito. “Na carreira profissional tento ser o mais focado e dedicado possível, por quem merece demais: meus alunos.”

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