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Ana Paula Mantovanelli: entre o voleibol e o beach tennis

da redação - 5 de nov de 2025 às 14:52 50 Views 0 Comentários
Ana Paula Mantovanelli: entre o voleibol e o beach tennis Da Redação

“Liderar sempre foi um instinto que eu tinha como atleta, mas liderar uma equipe e formar futuras atletas tem sido satisfatório e desafiador para mim.” É assim que Ana Paula Mantovanelli resume a transição da carreira de jogadora para treinadora. Natural de Araçatuba, interior de São Paulo, ela nasceu em 26 de setembro de 1990 e iniciou no voleibol aos 14 anos, ainda na escola. Pouco tempo depois, foi aprovada em uma peneira para o Vôlei Futuro, onde passou a integrar as equipes de base do município e deu início à sua trajetória esportiva.

 

Entre treinos, competições e viagens, Ana Paula viveu intensamente o ambiente do voleibol de quadra até os 17 anos. Em 2008, recebeu um convite para defender a equipe de Votuporanga-SP, onde também conciliou os estudos com o esporte. “Lá disputamos e ganhamos vários títulos, como três vezes o campeonato e um vice dos Jogos Regionais, dois vices e um bronze dos Jogos Abertos, além de outras conquistas com a APV e Jogos da Juventude na fase estadual”, lembra. Foram anos marcantes, nos quais a atleta ajudou o time a se consolidar no cenário regional e estadual.

 

Permaneceu em Votuporanga até o final de 2011. No ano seguinte, mudou-se para Leme-SP, novamente com o mesmo propósito: estudar e jogar. A passagem por Leme também foi vitoriosa. “Fui campeã dos Jogos Regionais duas vezes, um vice e um campeão dos Jogos Abertos, além de outros títulos em liga nacional, paulista e APV”, relata. O período coincidiu com um momento de amadurecimento dentro e fora das quadras. “Foi uma fase em que aprendi muito sobre disciplina, trabalho em equipe e responsabilidade. O esporte me ensinou a ter constância e a lidar com a pressão”, reflete.

 

Em 2014, após mais de uma década dedicada ao voleibol, Ana Paula decidiu voltar para Araçatuba e encerrar o ciclo como jogadora de quadra. No entanto, o contato com o esporte continuou. “Participei, sem compromisso, dos Jogos Regionais no vôlei de praia e acabei conhecendo o esporte pelo qual me apaixonei e joguei até 2024.” A transição das quadras para as areias foi um desafio, mas também um novo começo. “Foi maravilhoso, apesar da grande dificuldade. O vôlei de praia exige muito mais fisicamente, individualmente e psicologicamente. É um esporte mais desafiador, porque há fatores externos como sol, vento, chuva, a resistência da areia e a limitação de jogadores. A exigência física é muito superior à da quadra.”

 

De volta à cidade natal, Ana Paula passou a conciliar a vida profissional como personal trainer com as competições de vôlei de praia. Nesse período, prestou concurso público para o município e, em 2019, foi chamada para assumir o cargo de técnica de esportes. “Iniciei o trabalho como treinadora da equipe feminina adulta e desde então venho me dedicando a isso”, explica. A nova função trouxe um sentido diferente para sua relação com o esporte. “Tento passar para minhas atletas a importância do respeito e da empatia, valores que considero indispensáveis na vida, além da confiança e da amizade entre elas.”

 

A rotina de jogadora e treinadora coexistiu por alguns anos, até que uma lesão interrompeu momentaneamente o ritmo. “Em 2023, rompi o ligamento cruzado em um jogo amistoso e fui obrigada a parar e ficar apenas como treinadora.” Durante o processo de recuperação, encontrou no beach tennis uma nova forma de se manter ativa e próxima do ambiente esportivo. “Comecei a jogar como hobby e, quando tive alta, resolvi parar com o esporte competitivo e me dedicar à função de técnica e ao beach tennis.”

 

Atualmente, Ana Paula divide o tempo entre os treinos da equipe e as competições de beach tennis, que se tornaram também uma fonte complementar de renda. “Hoje utilizo o beach tennis como meio de aumentar minha renda, participando de competições com premiação em dinheiro, mas também aproveitando para me divertir, conhecer novos lugares e fazer amigos.”

 

A experiência acumulada ao longo de tantos anos como atleta, segundo ela, é um diferencial na forma de conduzir o grupo. “A vivência como jogadora faz toda diferença na minha posição como treinadora. Consigo me colocar no lugar das atletas, entender quando cobrar, quando e o que falar, quando acalmar. Isso faz muita diferença para conseguir tirar o melhor de cada uma delas.”

 

Entre tantas vivências, dois momentos marcaram sua trajetória. “Um deles foi quando jogava em Leme e fomos campeãs dos Jogos Abertos, um feito para um município pequeno. Desfilamos na cidade em um caminhão de bombeiro como comemoração e reconhecimento”, relembra. O outro aconteceu após o período de recuperação da cirurgia. “Joguei os Regionais sem mal ter treinado e fomos campeãs. No ano anterior, minha parceira havia perdido da mesma dupla jogando com outra parceira, já que eu estava operada. Foi um retorno marcante e emocional.”

 

Hoje, o foco está em continuar contribuindo para o desenvolvimento do esporte na cidade e formar novas gerações de atletas. “Meu plano é continuar liderando e passando todo conhecimento que conquistei como atleta e que venho aprendendo como treinadora”, afirma. O beach tennis segue como paixão e válvula de escape. “Quero continuar disputando competições, mas agora de uma forma mais leve, como hobby e meio de renda extra.”

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