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Adão enfrenta desafios e mantém vivo o objetivo de voltar ao futebol profissional

da redação - 26 de jun de 2025 às 13:46 176 Views 0 Comentários
Adão enfrenta desafios e mantém vivo o objetivo de voltar ao futebol profissional Da Redação

Aos 20 anos, Adão Pereira de Souza Neto carrega consigo a experiência de quem já passou por escolinhas de bairro, grandes clubes, projetos fora do Estado e disputas no terrão campo-grandense. Nascido em 11 de março de 2004, em Campo Grande, o jovem lateral-direito e volante mantém vivo o sonho de seguir carreira no futebol profissional, mesmo atuando hoje no futebol amador da Capital.

“O sonho de menino de me tornar profissional ainda me persegue”, resume. A frase sintetiza uma trajetória de persistência, marcada por aprendizados e superações dentro e fora de campo. Adão chegou a integrar o elenco Sub-20 do Operário Futebol Clube em 2023, ano em que considera ter vivido “a melhor fase da minha carreira de atleta”.

“Vestir a camiseta de um dos maiores clubes da minha cidade natal foi a mais linda experiência”, afirma. No clube campo-grandense, ele teve a oportunidade de participar do Campeonato Sul-Mato-Grossense Sub-20 e de conviver com atletas do elenco principal. O convite para retornar a Campo Grande e integrar o time foi feito pelo técnico Elvis Espíndola. “Foi graças ao professor Elvis que essa oportunidade se concretizou.”

Antes disso, Adão já havia atuado fora do Estado, com passagens pelo União Inhumas-GO, por um projeto em São Paulo e pela franquia do FC Nevada em Santos. Mas foi no Operário que encontrou o ambiente ideal para se recuperar de uma lesão e retomar a confiança. “A recuperação da minha lesão foi em meio ao estadual. Sou grato por tudo que o Operário fez por mim”, recorda.

Mesmo sem conseguir uma sequência no profissional após o torneio, ele afirma que a experiência não o desanimou. “Ao encerrar-se o estadual, não consegui abraçar algumas oportunidades por não estar 100%, mas isso nunca colocou ponto final em meu sonho. Pelo contrário, me motivou ainda mais a buscar.”

Hoje, é nas quadras e campos de bairro de Campo Grande que ele continua a alimentar o sonho. “Futebol sempre foi a minha paixão, e ter saúde para desfrutar do esporte ao lado dos amigos, jogar amistosos, disputar campeonatos de grande expressão na Capital e fora dela é algo gratificante”, comenta. Além da motivação pessoal, ele destaca o papel do futebol como ferramenta de bem-estar: “O esporte é uma terapia para saúde física e mental, e enquanto Deus me permitir ter saúde, nunca vou deixar de jogar e fazer o que gosto.”

Com atuações consistentes no cenário amador, Adão teve um ponto de virada recente no terrão. Em 2024, disputando a Liga Terrão BDM Digital pela equipe do Chapadão FC, viveu partidas que considera fundamentais para sua trajetória.

“Os 3 jogos que mudaram a minha vida foram os jogos pela equipe do Chapadão FC... Destaco a minha segunda partida na fase de grupos, contra a Portuguesa FC Sub-20, onde tive um desempenho acima das expectativas, e pude ajudar a equipe com 3 assistências na vitória por 3x0”, conta. A repercussão após o jogo foi um marco. “Recebi mensagens e interações no Instagram e WhatsApp, equipes me chamando pra fechar com elas, pessoal de fora do Estado elogiando... Foi a partida mais marcante até hoje que tive no terrão.”

A paixão pelo esporte surgiu cedo, ainda aos quatro anos, quando tentava imitar os dribles de Robinho em frente à televisão. “Era fascinado em ver o Robinho executando seus dribles, em especial as icônicas 8 pedaladas no jogo contra o Corinthians”, lembra. O incentivo do pai, que ainda joga futebol amador aos 50 anos, foi decisivo. “Minha família inteira sempre gostou de futebol, e como meu pai também joga, acho que o que me motivou foi a minha admiração e forma que tentava reproduzir os dribles do Robinho.”

A primeira escolinha foi o VEC-MS, no Bairro Estrela do Sul, onde começou a dar os primeiros passos de forma mais organizada dentro do esporte. Desde então, aprendeu a se adaptar em diferentes posições dentro de campo. Jogando como lateral-direito e volante, acredita que a versatilidade tem sido um diferencial. “Você pode ajudar a equipe em diferentes funções sem prejudicar seu desempenho. Hoje, tanto equipes amadoras quanto profissionais exigem essa versatilidade.”

Adão também destaca que ser ambidestro amplia suas possibilidades em campo. “Ajuda muito o treinador em diferentes esquemas táticos, escalações... ajuda no rendimento do time, onde o mesmo não teria que se preocupar com improvisos.”

Mesmo com todo o esforço, ele reconhece que a caminhada no futebol nem sempre é fácil. “Nós que somos atletas temos muitas dificuldades. A distância de um lugar para o outro, a questão financeira, entre outros. Mas é prazeroso enfrentar essas barreiras e nos superarmos a cada dia.”

Na rotina fora dos clubes, a disciplina se mantém. Sem suplementação específica, Adão busca manter a forma física por conta própria. “Treino em casa, jogo futebol em torno de umas 5 vezes na semana. Jamais invento desculpas pra treinar, se não é em casa, treino na rua, na praça, improviso equipamentos... tudo para aprimorar meu desempenho.”

Além do desejo de retornar ao futebol profissional, o atleta acredita que o futebol de bairro tem papel fundamental na sociedade, especialmente para crianças e adolescentes. “Promover o esporte no bairro não é somente formar jogadores, é formar homens, cidadãos de bem. O esporte ajuda a tirar as crianças da rua, onde podem acabar aprendendo a seguir um caminho impiedoso que é a vida do crime.”

No que depender de força de vontade, Adão ainda tem muito a mostrar dentro de campo. “Adoraria ter uma oportunidade no profissional. Quero essa oportunidade pra me ajudar, dar uma condição melhor pra minha família e poder realizar meu sonho. Estou longe do cenário profissional, mas ainda sonho muito com essa oportunidade.”

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