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A trajetória de Jair Júnior na arbitragem: entre escolhas, disciplina e preparação constante

da redação - 29 de ago de 2025 às 15:49 142 Views 0 Comentários
A trajetória de Jair Júnior na arbitragem: entre escolhas, disciplina e preparação constante Da Redação

“Um atleta pode errar passes e finalizações, um técnico pode fazer uma substituição equivocada, mas a arbitragem não pode se permitir erros.” A frase é de Jair Antonio de Souza Júnior, árbitro do quadro da Confederação Brasileira de Futebol de Salão (CBFS) e árbitro assistente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). Natural de Três Lagoas, nascido em 22 de julho de 1987, ele iniciou sua trajetória na arbitragem em 2009, enquanto ainda cursava a faculdade de Educação Física.

 

Na época, conciliava diversas funções: jogava campeonatos amadores da cidade e a Copa Assomasul, treinava a equipe escolar onde lecionava e, paralelamente, começava a apitar partidas. O envolvimento com o esporte sempre foi intenso, mas em determinado momento foi preciso escolher um caminho. “Com o tempo, precisei fazer uma escolha sobre qual caminho seguir. Nesse momento, recebi o apoio fundamental da minha esposa, Joice Monique, e dos amigos da arbitragem local”, recorda.

 

A primeira experiência oficial ocorreu no Campeonato Industrial promovido pelo SESI, onde Jair trabalhava como professor. Como já havia concluído o curso de arbitragem, foi convidado a apitar alguns jogos. Ele lembra da ocasião como um momento importante, em que a vivência como atleta ajudou a conduzir a partida.

 

Desde então, a arbitragem passou a ocupar espaço central em sua rotina. Hoje, Jair acumula experiências no futebol de campo e no futsal, duas modalidades que, apesar da semelhança aparente, exigem posturas distintas. “Embora o futebol e o futsal sejam esportes que aparentam semelhanças, suas diferenças práticas e de regras são grandes. Sempre que atuo pela FFMS, preciso ‘virar a chave’ em relação aos jogos da FFSMS e da CBFS.”

 

Segundo ele, o futsal exige ainda mais dinamismo e atenção, já que o tempo é cronometrado e o resultado pode mudar em questão de segundos. “Enquanto no futebol de campo um placar de 3 a 0 dificilmente é revertido, no futsal cada segundo conta, e o jogo pode mudar até o último instante — algo que já presenciei em diversas ocasiões.”

 

Experiências marcantes

 

Jair considera que cada jogo tem sua importância, mas alguns marcos foram fundamentais em sua trajetória. Ele destaca a Copa Mundo de Futsal Sub-21, realizada em Dourados em 2021, que reuniu equipes brasileiras e internacionais. Também cita estreias recentes em competições de relevância nacional, como o Campeonato Brasileiro de Futsal, a Copa do Brasil de Futsal e a Taça Brasil de Futsal Sub-13, disputada em Goiânia.

 

Apesar dos grandes palcos, mantém um princípio simples: “Para mim, a melhor partida é sempre a próxima, pois nela quero estar e nela está a oportunidade de evoluir ainda mais.”

 

Concentração e postura

 

Para Jair, o maior desafio da arbitragem é manter a concentração durante toda a partida. Diferentemente de atletas ou técnicos, que podem cometer falhas técnicas ou estratégicas, a arbitragem não pode se dar ao luxo de errar. “O árbitro e seus assistentes precisam estar focados durante toda a partida.”

 

A tranquilidade, segundo ele, é um recurso importante para lidar com a pressão. Sobre as manifestações de torcedores, afirma que aprendeu a não se deixar abalar. “O que realmente importa é manter o respeito e a postura profissional com técnicos e atletas. Divergências de interpretação sempre existirão, mas, quando o limite do respeito é ultrapassado, cabe a nós aplicar as medidas disciplinares necessárias.”

 

Rotina de preparação

 

A atuação de Jair não se limita às quadras e campos. Ele mantém uma rotina de treinos físicos e de estudos das regras, que considera fundamentais para qualquer árbitro. Corre nas ruas, treina em quadras escolares, no condomínio onde mora, no Belmar Fidalgo e até mesmo em casa. “Além disso, estudo frequentemente as regras do jogo. Gosto de assistir a partidas, revisar as leis e grifar pontos relevantes para fixar detalhes importantes. Antes de cada jogo, faço uma revisão para estar preparado diante de qualquer situação específica que possa ocorrer.”

 

O árbitro reforça que a base do trabalho está em três pilares: educação, preparo físico e conhecimento das regras, sempre aliado à fé. “Um árbitro bem preparado fisicamente tem maior clareza para interpretar as situações de jogo e aplicar corretamente as regras, tomando as decisões mais justas.”

 

Evolução constante

 

Ao olhar para trás, Jair reconhece a evolução que o tempo e a experiência proporcionaram. “O Jair Júnior de hoje é um árbitro muito mais completo e seguro do que o de alguns anos atrás.”

 

Entre seus objetivos, estão ampliar a participação em competições nacionais representando a FFSMS e contribuir para a formação de novos árbitros. Mais do que conquistas individuais, o foco é estar em constante evolução. “Meus objetivos e sonhos são claros: participar de cada vez mais campeonatos nacionais representando a FFSMS, contribuir para a formação de novos árbitros e, principalmente, buscar constantemente ser a melhor versão de árbitro que eu puder ser.”

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