Xadrez | Da redação | 01/08/2016 11h24

Torneio em presídio de Corumbá vai classificar detenta para o Campeonato Estadual de Xadrez

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O Estabelecimento Penal Feminino “Carlos Alberto Jonas Giordano” (EPFCAJG), em Corumbá, iniciou esta semana o 1º Campeonato Interno de Xadrez . A disputa conta com a participação de 12 reeducandas e é organizada pela direção do presídio em parceria com a Federação de Xadrez e o Poder Judiciário. A detenta vencedora irá disputar no Campeonato Estadual de Xadrez, com os melhores enxadristas de Mato Grosso do Sul, que será realizado em novembro.

A iniciativa integra um projeto iniciado na unidade prisional há três meses, idealizado pelo juiz da Vara de Execução Penal de Corumbá, André Luiz Monteiro, com apoio do presidente do Clube de Xadrez Pantanal, Augusto César Samaniego, que ensina técnicas do jogo às detentas.

Atualmente, 32 internas participam do projeto; as melhores foram selecionadas para disputarem no torneio, que irá premiar as três primeiras colocadas. A grande final acontece na próxima quarta-feira (3).

Segundo a diretora do estabelecimento penal, Anelize Lázaro de Lima, a prática do xadrez tem sido muito positiva junto à massa carcerária. “É um esporte que estimula o pensamento e o raciocínio lógico, ativa a concentração, aguça a memória, trabalha a paciência e interfere em questões pessoais, como a autoestima e confiança, e isso reflete diretamente na disciplina das internas”, destaca. “Esse torneio é uma forma de estimulá-las a praticar o xadrez, que é mais que um jogo, é um meio de aproximação social e intelectual”, completa.

Para o juiz das execuções, idealizador do projeto, André Luiz Monteiro, “o jogo ensina a colocar as coisas no seu devido lugar e pode ser uma ferramenta para melhorar o caráter do indivíduo”.

O diretor-presidente da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Ailton Stropa Garcia, destaca que o torneio de xadrez é um exemplo das várias ações desenvolvidas em presídios do Estado “em prol da reinserção social e recuperação do indivíduo”. Segundo ele, as parcerias têm sido fundamentas nesse sentido. “É um trabalho feito por várias mãos. Juntos, estamos conseguindo construir um sistema penitenciário mais inclusivo, prova disso é a possibilidade de uma de nossas custodiadas participar de um campeonato estadual fora do presídio, disputando diretamente com enxadristas de vários municípios”, ressalta.

A abertura do campeonato, na quarta-feira (29), contou com a participação de internas que compõem o coral “Vox in Libertae”, outro projeto de reinserção social desenvolvido no presídio feminino de Corumbá. O grupo é regido pela professora Fernanda Rolim, e apresentação contou com o apoio dos músicos Raphael Vilalva e Uziel Calebe.

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