Vôlei de Praia | Lucas Castro | 24/06/2019 14h10

Victoria Lopes é campeã do Mundial Sub-21 de vôlei de praia

Compartilhe:

A atleta Victoria Lopes Pereira Tosta, de Ivinhema-MS, é campeã do Campeonato Mundial Sub-21 de vôlei de praia, realizado em Udon Thani, cidade localizada a, aproximadamente, 560 quilômetros ao norte de Bangkok, capital da Tailândia. A sul-mato-grossense, de 19 anos, formou dupla com carioca Vitoria Mendonça, de 20. A competição teve início na última segunda-feira (17) e final foi realizada neste domingo (23).

A dupla Vitoria/Victoria (RJ/MS) pisou na areia já na fase de grupos do certame. Elas estrearam na terça-feira (18), contra as russas Frolova/Ganenko e venceram por 2 sets a 1 (34/32, 25/27 e 15/12), em um confronto significativamente equilibrado.

Após a “pedreira” inaugural, na quinta-feira (20), em duelo confortável, passaram por El Azhary e Debbab, do Marrocos, por 2 sets a 0 (21/5 e 21/5). No mesmo dia, Victoria e Vitoria encararam Stadnik/Herrmann, dupla polonesa. Vitória das brasileiras por 2 sets a 0 (21/14 e 21/10).

Pelas oitavas de final, a dupla tupiniquim derrotou as alemãs Ziemer/Schieder por 2 a 0 (21/10 e 21/11), em duelo que durou 27 minutos. A partida foi realizada na sexta-feira (21). Já no sábado (22), pelas quartas de final, Vitoria e Victoria (RJ/MS) chegaram ao quinto triunfo consecutivo no Mundial, ao baterem as tailandesas Pakham e Khanok por 2 sets a 0 (21/17 e 21/13), em 36 minutos.

Ainda no sábado (22), as brasileiras entram em quadra contra a dupla da Espanha, Carro e Álvarez. A carioca e a ivinhemense venceram por 2 sets a 0 (21/16 e 21/12). Vitoria/Victoria (RJ/MS) garantiram a medalha de ouro, após vitória sobre as russas Bocharova/Voronina por 2 sets a 1 (17/21, 21/15 e 15/13).

A dupla do Brasil começou atrás no placar partida contra as russas, que já participam do Circuito Mundial adulto. No entanto, as brasileiras levaram o duelo ao tie-break. Perdendo por 13 a 11 no set final, conseguiram anotar quatro pontos seguidos para virar o placar. Victoria comentou a diferença de postura do primeiro set para a sequência da partida.

“Começamos um pouco ansiosas, errando algumas bolas fáceis e com um saque pouco eficiente. No segundo set, começamos a sacar muito melhor e isso foi fundamental. Colocamos pressão e começamos a conseguir defesas e alguns bloqueios por termos um saque melhor. O terceiro set foi disputado ponto a ponto, os times errando pouco. Felizmente nos superamos, encontramos alguns contra-ataques que nos permitiram a virada e o título”, disse a jogadora, nascida em Ivinhema, em entrevista à assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV).

Vitória na final foi "na raça" (Foto: Reprodução/Instagram/@viclopes2)

A atleta de Mato Grosso do Sul ainda fez questão de destacar o espírito de superação da dupla. “Estou muito feliz por nossa campanha. A Vitoria se superou muito, ela recebeu basicamente todos os saques no primeiro set, em um calor muito intenso. Agradeço demais por ela ter defendido muito bem, convertido contra-ataques importantes, e ao ‘Big’ (o técnico da dupla, Marcelo Carvalhaes), por ter nos orientado e passado tranquilidade do primeiro para o segundo set”.

Esta é a primeira conquista mundial sub-21 de ambas. Victoria, que normalmente atua ao lado da sergipana Tainá Bigi, já havia vencido o Campeonato Mundial Sub-19, em 2016, quando tinha apenas 16 anos.

A carioca Vitoria, autora do ponto que sacramentou o título, também celebrou muito a medalha de ouro. Ela relembra a volta por cima da dupla que, na edição passada, havia sido eliminada na fase classificatória e deixou a disputa de maneira precoce.

No pódio, brasileiras estampam medalha dourada (Foto: Reprodução/Instagram/@viclopes2)

“A alegria é muito grande, não consigo descrever a felicidade por esse título. Dois anos atrás, sofremos uma decepção muito grande, não passamos do classificatório e ficamos muito frustradas por nosso desempenho. Isso talvez tenha criado uma dúvida em nós, duas defensoras juntas. Mas quando fomos convocadas, nos unimos, nos fechamos. Foi uma superação a cada jogo, contra meninas quase sempre mais altas. Mas Victoria sempre me ajudou e eu sempre a ajudei. Jogamos muito bem, e, como falei, a Victoria é a melhor do mundo para mim (risos)”, salientou Vitoria.

O técnico da seleção de base feminina de vôlei de praia, Marcelo Carvalhaes, conhecido como “Big”, fez uma análise do desempenho da dupla. Para o treinador, a pressão brasileira no ataque foi de suma importância, o que levou o jogo para o tie-break, após marcante apresentação no segundo set do confronto.

Dupla do Brasil venceu todos os sete jogos que disputou (Foto: Reprodução/Instagram/@viclopes2)

“Tivemos muita confiança nessa dupla desde o começo, confiança no trabalho, confiança nelas como atletas, individualmente. Jogaram com muita tranquilidade, pareciam duas jogadoras muito experientes, como se tivessem décadas de voleibol. Sempre acreditando no potencial delas. Não começamos bem, mas sabíamos que nosso saque iria crescer e fazer a diferença. Pedi para que a Victoria começasse a sacar ‘viagem’ para dificultar o ataque russo e criar mais defesas. Funcionou, vencemos o segundo set e fomos para o tie-break com confiança. Elas acreditaram na tática que traçamos e só posso agradecê-las”, ressaltou “Big”.

No masculino, o Brasil também ficou com a medalha dourada. A dupla Rafael/Renato (PB) superou na final os italianos Windisch/Di Silvestre por 2 sets a 0 (21/11 e 21/15). Assim como Victoria/Vitoria (MS/RJ), os paraibanos encerraram o Mundial Sub-21 invictos.

Brasil domina campeonato em solo tailandês (Foto: Divulgação/FIVB)

Segundo a CBV, ao somar as participações de 2016 e 2017, as duplas principais do país - que entram já na fase de grupos - não sabem o que é uma derrota no Campeonato Mundial Sub-21 há 21 jogos. No total, agora são 16 títulos da competição, sendo nove no feminino e sete no masculino. Confira a lista de todos os campeões mundiais sub-21:

Masculino

2001 - França - Pedro Cunha/Anselmo (BRA)
2002 - Itália - Pablo Herrera/Raul Mesa (ESP)
2003 - França - Pedro Cunha/Pedro Solberg (BRA)
2004 - Portugal - Angel Amo/Inocencio Lario (ESP)
2005 - Brasil - Plavins/Samoilovs (LET)
2006 - Polônia - Bruno Schmidt/Pedro Solberg (BRA)
2007 - Itália - Giontella/Nicolai (ITA)
2008 - Inglaterra - Giontella/Nicolai (ITA)
2009 - Inglaterra - Kadziola/Szalankiewicz (POL)
2010 - Alanya - Garrett May/Sam Schachter (CAN)
2011 - Canadá - Popov/Samoday (UCR)
2012 - Canadá - Kantor/Losiak (POL)
2013 - Croácia - Allison/Guto (BRA)
2014 - Chipre - Michal Bryl/Kacper Kujawiak (POL)
2016 - Suíça - Arthur Lanci/George Souto (BRA)
2017 - China - Adrielson/Renato (BRA)
2019 - Tailândia - Rafael/Renato (BRA)

Feminino

2001 - França - Shaylyn/Maria Clara (BRA)
2002 - Itália - Juliana/Taiana (BRA)
2003 - França - Morozova/Shiryaeva (RUS)
2004 - Portugal - Taiana/Carol (BRA)
2005 - Brasil - Carol/Camillinha (BRA)
2006 - Polônia - Carol/Bárbara Seixas (BRA)
2007 - Itália - Lili/Bárbara Seixas (BRA)
2008 - Inglaterra - Van Iersel/Remmers (HOL)
2009 - Inglaterra - Brzostek/Kolosinka (POL)
2010 - Alanya - Roenicke/Ross (EUA)
2011 - Canadá - Betchart/Heidrich (SUI)
2012 - Canadá - Betschart/Verge-Depre (SUI)
2013 - Croácia - Kociolek/Gruszczynska (POL)
2014 - Chipre - Sophie Bukovec/Tiadora Miric (CAN)
2016 - Suíça - Duda/Ana Patrícia (BRA)
2017 - China - Duda/Ana Patrícia (BRA)
2019 - Tailândia - Vitoria/Victoria (BRA)

*Com informações da CBV.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS