Vôlei de Praia | Gazeta Esportiva.Net | 20/09/2008 17h11

Sistema de pontos complicado deixa até favoritos perdidos

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Guarujá (SP) - Descartes, etapas que valem mais que outras, muitas somas... a complicada matemática que define os pontos de cada dupla no Circuito Mundial confunde até mesmo os principais candidatos ao título da temporada, deixando-os perdidos. "Sinceramente, não sei o que a gente precisa mais para ganhar o título", afirmou o brasileiro Pedro Solberg após a vitória sobre os alemães Reckermann e Urbatzka nas semifinais da etapa do Guarujá por 2 sets a 0, parciais de 21/17 e 21/18. A dúvida também afligia seu parceiro Harley. "Também não sei, mas o que importa é primeiro pensar nessa etapa. Se for campeão do Circuito nela, melhor ainda", discursou Harley.

Nos bastidores do evento, muitas contas também eram feitas. Tudo para evitar a situação constrangedora do meio desta semana, quando a Federação Internacional de Vôlei (FIVB) anunciou o título do Circuito feminino para Ana Paula e Shelda após a vitória de ambas na estréia. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), porém, só confirmou a conquista um dia depois, quando Renata e Talita caíram na repescagem.

Depois de algumas contas e muitas explicações por parte de um funcionário da FIVB, chegou-se à conclusão de que Pedro e Harley já são praticamentes campeões do Circuito Mundial. Únicos com chance de tirar a taça dos brasileiros, os alemães Brink/Dieckmann precisam vencer as últimas quatro etapas do ano, inclusive no Guarujá, se quiserem ficar com a taça. As duas duplas, aliás, vão fazer a final da etapa paulista neste domingo, visto que os germânicos passaram por Bruno e Billy na semifinal por 21/18 e 21/19. "Vai se difícil tirarem o título da gente", sorriu Harley, mesmo sem fazer as contas.

Inicialmente, a FIVB comunicou que, com a classificação de Brink/Dieckmann para a final, Pedro e Harley não tinham chances de garantir o título da temporada no Guarujá. Porém, uma correção nas contas foi feita e, minutos depois, o contrário foi divulgado. Caso vençam neste domingo, os brasileiros ganharão o título por, no mínimo, 20 pontos de vantagem sobre os rivais.

De qualquer forma, os brasileiros já se dizem satisfeitos com a performance da dupla na disputa - caso confirmem a taça, ambos acabaram com um dominío de cinco anos por parte de Ricardo e Emanuel, campeões olímpicos em Atenas. "Foi um ano em que eu aprendi muita coisa, pois passei por situações difíceis e agora estou com uma chance maravilhosa de vencer o Circuito Mundial", comemorou Pedro, se referindo à perda da vaga olímpica para Márcio e Fábio Luiz na última partida da seletiva.

Pedro conta que demorou um tempo para se recuperar do baque. "Na semana seguinte, eu ganhei um torneio super importante, o Grand Slam da Suíça, mas mesmo assim joguei com um astral muito baixo, sem comemorar nada. Só dei a volta por cima mesmo quando voltei para casa e fiquei ao lado da minha família e dos meus amigos", relembrou o atleta. Aos 22 anos, ele espera chegar em Londres-2012 no melhor de sua forma. "Claro que penso nas Olimpíadas, mas quanto mais títulos eu tiver quando chegar lá, melhor. Por enquanto, quero só curtir o Circuito Mundial, tanto que já estou super ansioso para a etapa do ano que vem", destacou.

Harley acredita que o fato de a maior parte das duplas terem focado o trabalho de 2008 na disputa das Olimpíadas de Pequim não diminuiu o nível de competitividade do Circuito. "Foi até um ano mais difícil justamente porque todos se prepararam muito bem paras os Jogos. No meio do calendário várias duplas poderiam ganhar o título, algo que não acontecia há muito tempo. Há também um crescimento do nível técnico dos estrangeiros, que passaram a ganhar mais etapas", analisou.

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