Verba Pública | Da redação/com GB Esporte | 11/07/2013 10h33

Sem receber grandes eventos, Guanandizão clama por reforma geral

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Campo Grande (MS) -

A ação do tempo e a falta de conservação deixaram suas marcas na quadra do ginásio Guanandizão, ícone do esporte sul-mato-grossense. O complexo, que no passado foi palco de competições nacionais e internacionais, e viu inúmeros campeões surgirem ao longo de seus 29 anos de existência, já não é mais protagonista de eventos grandiosos. Várias modalidades esportivas, como basquete, futsal e handebol, não mandam mais seus torneios por lá. Arquibancadas lotadas, mesmo, somente em imagens recuperadas.

A deterioração é aparente, tanto por fora como por dentro do Guanandizão. O alambrado que cerca o terreno do complexo foi rompido em alguns segmentos. Portas e janelas danificadas nas salas do entorno do ginásio, onde cerca de 10 federações e associações esportivas mantêm suas sedes administrativas, denunciam os mal tratos. Infiltrações na cobertura e a quadra sintética danificada são o alerta para a necessidade de reforma do local.

O administrador do ginásio, professor Luiz Alberto Antunes, conhecido como Melão, concorda que é preciso promover profundas melhorias para que atletas e público possam ser bem recebidos. Atualmente, o espaço é cedido para a realização de torneios de vôlei, judô e jiu-jitsu, bem como jogos escolares. O ginásio é eventualmente alugado para shows. Na opinião do administrador, se o Guanandizão deixou de fazer parte da rota das competições de alto nível, sejam elas nacionais ou internacionais, não foi somente por falta de investimentos públicos.

“Acredito que faltam equipes fortes em nosso estado. Já tivemos boas equipes de futsal, basquete, handebol e vôlei no passado. Lembro que, na década de 1980, o ginásio ficava lotado para os jogos do Copagaz no Campeonato Brasileiro de Clubes de vôlei. Eram grandes jogos contra equipes como Pirelli, Minas, Atlântica/Boavista. Foi aqui que surgiram Carlão e Pampa, jogadores que ajudaram o Brasil a conquistar a medalha de ouro olímpica em 1992”.

Inaugurado em 1984, o Guanandizão nunca passou por reforma geral, apenas revitalizações. Está em análise no Ministério do Esporte um projeto de modernização do ginásio, cujos valores chegam a R$ 17,3 milhões e contemplam uma série de melhorias, como instalação de pista de atletismo e quadras na área externa, ampliação do estacionamento, além de reparos nas instalações hidráulicas, elétricas e substituição do piso interno. Caso o projeto seja aprovado, a estimativa é de que a reforma dure nove meses a partir do início das obras.

Desde dezembro de 2012, o complexo passou a ser administrado pela prefeitura de Campo Grande. A diretora-presidente da Fundação Municipal de Esporte (Funesp), Leila Cardoso Machado, no cargo desde janeiro deste ano, determinou medidas como a execução de reparos nas instalações do ginásio e a instalação de uma base da Guarda Municipal para coibir depredações.

Os locais públicos administrados pela fundação, como praças, parques, ginásios e campos de futebol, abrigam diversos projetos sociais, em que milhares de crianças e jovens recebem iniciação esportiva. A gestora acredita que o governo federal deve investir os recursos necessários para a reforma geral do Guanandizão, já que o país vive um ciclo olímpico visando os Jogos do Rio em 2016.

“Queremos formar atletas olímpicos, e tenho certeza que nossos jovens têm potencial para isso, principalmente no judô, na ginástica artística, na natação e no atletismo, que são modalidades apoiadas pela prefeitura em projetos de base".

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