Tênis | Da redação | 12/02/2005 12h20

Liminar mantém Jorge Lacerda da Rosa a frente da CBT

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O STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) decidiu na noite desta sexta-feira manter no cargo a diretoria da CBT (Confederação Brasileira de Tênis) eleita em dezembro de 2004. Com isso, está cassada a liminar concedida pela juíza da 47ª Vara Cível do Rio de Janeiro e que anulava o pleito e afastava Jorge Lacerda da Rosa e seus diretores do comando da entidade.

A decisão foi do ministro João Otávio Noronha que, após analisar o pedido da Federação Brasiliense de Tênis, decidiu centralizar todas as questões sobre esta causa na 17ª Vara Federal e determinou que fossem oficiados os juízes de Brasília e do Rio de Janeiro sobre a liminar.

Jorge Lacerda da Rosa, em entrevista coletiva concedida em São Paulo, havia classificado a oposição de "mentirosa", apresentando provas de que o interventor nomeado pela Justiça fez parte da antiga administração da entidade. Rosa mostrou a ata de uma assembléia da CBT datada de 2001, na qual Eduardo Nakamiti, o interventor nomeado para cuidar dos setores administrativo e financeiro, aparece como vice-presidente de marketing da entidade. Na liminar expedida pela juíza Andréa Gonçalves Duarte, da Comarca do Rio de Janeiro, o nome de Nakamiti foi escolhido justamente por ser "imparcial". O interventor alega estar há muitos anos afastado do tênis.

"Não sou situação e nem oposição, estou aqui apenas de maneira transitória", afirmou Nakamiti na quinta-feira. "Acho que ela (a juíza) fez algumas pesquisas, pegou algumas sugestões e considerou que eu seria o mais indicado."

A liminar foi expedida após um pedido da Federação Piauiense de Tênis, que denunciou irregularidades na assembléia eletiva do último dia 17 de dezembro. "Eles (a oposição) inverteram toda a situação, dizendo que sou eu quem tem problema com o TCU (Tribunal de Contas da União), e não o Nelson (Nastás, ex-presidente da CBT). Eles induziram a juíza ao erro. É uma situação preocupante", disse Rosa.

Entre as irregularidades apontadas pela juíza Andréa Gonçalves Duarte no processo eletivo, está o afastamento de Sérgio Opréa de Carvalho, que era o administrador da CBT e que, por direito, deveria comandar os trabalhos de votação. Na assembléia, Opréa citou que não tinha a "experiência devida" para essa função, o que foi determinante para que a magistrada julgasse a reunião anulada. Para a continuidade dos trabalhos, ele "elegeu" Arnaldo Gomes e Paulo Amoretty, que comandaram a eleição de Rosa.

Retrospectiva da crise
Em março de 2004, Gustavo Kuetern iniciou o boicote a  Nelson Nastás e puxou outros tenistas como  Flávio Saretta e Ricardo Mello a não participarem da Copa Davis. Com a ausência dos principais tenistas, o Brasil caiu para a terceira divisão da Davis. Nastás foi afastado da presidência da CBT em dezembro último e Sérgio Opréa de Carvalho foi nomeado interventor. Logo após aconteceu a eleição, com Jorge Lacerda da Rosa vencendo José Farani por 15 votos a 10.

Agora a CBT tem até o dia 22 para definir os jogadores que enfrentarão a Colômbia, em Bogotá, em quadra de saibro. E precisa ganhar o duelo para tentar o acesso ao grupo 1 da Zona Americana contra o vencedor do confronto entre Bahamas e Antilhas Holandesas. Em caso de derrota, o Brasil se colocaria em risco de cair para a quarta divisão.

A convocação dos jogadores, porém, pode criar uma nova "revolução" no tênis, já que os principais atletas do país, liderados por Gustavo Kuerten, vêm de um boicote aos confrontos do ano passado, contra Paraguai, Venezuela e Peru. Mas que Rosa assumiu o cargo, os tenistas anunciaram que voltariam a competir pelo país.

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