Personalidade | Rosália Silva/Da Redação | 12/01/2009 14h38

Personalidade: Benjamin Insfran

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Benjamin

Aos 35 anos, o douradense Benjamin Insfran se prepara para entrar em mais um ciclo olímpico de treinamento, de olho em Londres, em 2012. Para este próximo ano, o objetivo do atleta, que atualmente joga ao lado do cearense Heraldo, é a Copa do Mundo na Noruega, de 25 de junho a 5 de julho.
 
Benjamin foi o único atleta sul-mato-grosssense a compor a delegação brasileira nas Olimpíadas 2004, em Atenas. Em seu currículo também consta a escolha pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) como o atleta revelação do Circuito Banco do Brasil Vôlei de Praia do ano de 1999. Campeão do Circuito Banco do Brasil em 2000 e vice nos anos de 2001, 2002 e 2003. E ser eleito o melhor jogador do Brasil em 2000 e 2002, ano que também foi o melhor ataque e o melhor bloqueio.
 
Este ano, ele ficou em quinto no Mundial, após ser campeão da etapa da China (Sanya) e terceiro colocado na etapa da Espanha do Circuito Mundial 2008. No Nacional, ele foi terceiro colocado na etapa do Recife do Circuito Banco do Brasil 2008 e fechou o ano entre as quatro melhores duplas do Brasil. 
 
De férias, Benjamin veio para passar as festas de fim de ano com a família. Aproveitará para visitar amigos e parentes em Dourados, cidade que há muito tempo não vai.  Em Campo Grande, ele também foi homenageado pela Federação de Vôlei de MS. 
 
Benjamin competiu na última etapa do ano do Circuito Fundesporte de Vôlei de Praia, em Campo Grande, dias 20 e 21 de dezembro, no Parque Elias Gadia. Entre um jogo e outro, em que todos queriam ter a oportunidade de faturar uma vitória sobre um dos destaques sul-mato-grossense no cenário mundial, ele conversou com a imprensa e com o site Esporte Ágil:
 
E este ano, como foi sua avaliação?
Este ano foi bom, não achei muito ruim não. Terminei em quinto no mundial, no geral, uma temporada muito boa que eu tive com o Franco, que estava substituindo o Hevaldo, que se machucou logo no começo da temporada. Ele quebrou o pé e só voltou no segundo semestre. No geral, no Circuito Banco do Brasil terminamos em quarto, já com o Hevaldo. Ele voltou a competir em setembro. Foi uma temporada muito boa, onde tivemos três terceiros e dois quartos lugares no Circuito Nacional.

E no próximo ano?
É a Copa do Mundo na Noruega, mas não esquecendo que tem o Circuito Banco do Brasil e algumas etapas que vão ocorrer antes de chegar a Copa do Mundo.
 
Com 35 anos, você pensa ainda em Olimpíadas?
Justamente, a gente estava conversando isto daqui, o projeto para o próximo ano, como no vôlei de praia você tem uma abertura maior. O Franco hoje está com mais de quarenta anos e está com vigor físico muito bom. E tudo o que é feito com amor e profissionalismo, você tem uma vida longa no esporte que nem no vôlei de praia. E nosso objetivo, não tem nem dúvida, é para formar um ciclo olímpico, eu junto com o Hevaldo.
 
E como é jogar hoje em Mato Grosso do Sul?
Eu fico contente em voltar e rever os amigos. Você vê que já tem algumas duplas que jogam no Circuito Nacional, a Federação está ajudando muito os atletas a participarem do Circuito Nacional. E vemos os novos talentos. Ou seja, quando o Benjamin, Toninho, Mauro, Xuxa e o Alex pararem, ainda vão ter continuidade os torneios no Estado. E isso é gratificante para gente porque vê que o trabalho de base da nossa época aqui está sendo bem feito. Estamos vendo novos talentos surgindo no vôlei de praia.
 
Então, no futuro de Mato Grosso do Sul ainda têm mais destaques que podem surgir? Cite alguns.
Eu acredito que sim, que tenha bons jogadores no Estado. Vou citar o Gadinho, que já está no Circuito Nacional, junto com seu parceiro, acho que é o Bambi, não sei o nome oficial dele. O Maurício, o Xuxa e o Toninho, que está no Circuito Nacional junto com o Alex. São três ou quatro nomes, que estou comentando, e que há possibilidade.
 
Você, que é um atleta experiente, acha que o vôlei de praia aqui está no caminho certo, começando a surgir novos talentos, tem local mais adequado...
Aqui está. Teve um tempo na minha época, o incentivo era muito pouco. A gente tinha ajuda realmente dos amigos. O professor Madrugada assumiu a Federação. Cada parque tem uma quadra e boa para a molecada bater uma bola e treinar também. Como o Belmar Fidalgo, que para mim é a melhore quadra que tem aqui em Campo Grande. Quando eu tenho dá folga no Ceará, uma semana, eu venho para cá treinar com os meninos. A estrutura para você fazer tem. E a Federação ajuda como pode. Os atletas hoje, depende muito de você mesmo. De você querer, fazer um planejamento bom e seguir no vôlei de praia.
 
E como foi a sensação de estar na Olimpíada de 2004 e ter esse plano de voltar lá?
Antes de chegar à Olimpíada tem uma fase de classificação, um trabalho longo, o ciclo olímpico de quatro anos, e naquela época estava junto com o Marcio do Ceará. Foi a primeira dupla a classificar em 2003, fomos a melhor dupla da temporada. Só que quando chega ali, no caso foi em Atenas, você é apenas mais um mais atleta olímpico. Como tem vários e bons atletas, não dá para ficar sonhando muito não, porque é um objetivo só, conquistar a medalha. Não tem quadra para treinar, joga a cada três dias, acaba mudando sua rotina. Não é como no Circuito Mundial, que joga praticamente todos os dias, de dois a três jogos. Lá não, é apenas você, seu parceiro e o treinador e não tem quadra para treinar. Quadra é apenas para competição. Nesta de agora, em Pequim, que eu fui só para assistir, tinha seis a sete quadras, também para treinar. E isso achei bom para os atletas não perderem ritmo e poderem levar seus treinadores para treinar em quadra. E quando terminei Atenas, não quis fazer mais um ciclo olímpico não. Quis me dedicar mais a minha família. Como passei quatro anos apenas voleibol, casa, voleibol, aeroporto e casa. Falei não. Quatro anos me dediquei à família. E agora este ano estou voltando para fazer mais um ciclo olímpico, 2009 a 2012.

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