Paradesporto | Com Diário MS | 31/08/2006 14h43

Dourados sediará competição de basquete para cadeirantes

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Basquete

Dourados (MS) - Treinando três vezes por semana no ginásio do Sesi em Dourados, um grupo de dez atletas cadeirantes vive um momento de expectativa na prática do basquete sobre cadeira de rodas.

A equipe douradense participará do I Torneio de Basquete sobre Cadeira de Rodas, nos dias 01 e 02 de setembro, no próprio centro de atividades Mário Amato (Sesi).

A competição, que terá abertura às 18h30 do dia 1º, será realizada pelo Centro de Assistência ao Portador de Deficiência Física, com o apoio da Eletrosul, Sesi, Semases, Exército Brasileiro, Sanesul, El Shaday Papelaria e Projeto Mesa Brasil.

"Buscamos aprimorar a prática do esporte entre cadeirantes, já que estamos engatinhando no basquete", diz Milene Pires, professora de educação física responsável pela preparação da equipe "Dourados Sobre Rodas".

Além de Dourados, Campo Grande, Umuarama (PR) e Toledo (PR) estarão nos próximos dois dias na cidade. Milene lembra que estas cidades estão com um projeto de apoio a este esporte há muito tempo, como a Capital por exemplo, que cultiva esta ação há mais de 8 anos.

"Nós treinamos juntos há pouco mais de 8 meses. É apenas o início de um trabalho árduo, difícil, mas acima de tudo gratificante", explica Milene.

Treinamento - De acordo com a professora, os deficientes são perguntados sobre as possibilidades de praticarem o esporte ainda no Centro de Apoio ao Portador de Deficiência.

Elas passam então a praticar a modalidade sendo sempre observadas pelo período de 15 dias. Dentro de um mês, em média o praticante já se torna um atleta apto a competir.

O que mais chama a atenção para a prática do basquete sobre rodas é a dificuldade. De acordo com Arcelino Arce, praticante, o que se vê de fora não é nada fácil quando se está sentado na cadeira.

"Em primeiro lugar a altura da cesta é maior em relação ao jogo 'normal', e a movimentação é feita com os braços que ainda tem que controlar a bola", disse. "Só de explicar a gente já fica cansado", brincou.

A persistência e o brilho no rosto dos atletas quando arremessam a bola são as armas usadas por eles para driblar as dificuldades e os preconceitos.

"Somos seres humanos e praticamos basquete. Tem gente que vem de muito longe para jogar e outros já melhoraram até a saúde", disse Arce, se referindo à alguns atletas que viviam trancados em casa sem qualquer perspectiva.

Milene Pires e Arcelino Arce destacaram a importância do sentimento de fé na prática de qualquer ação que venha beneficiar as pessoas que realmente necessitem.

"Acho que não só nesses esportes com pessoas deficientes precisamos de persistência e fé. Em tudo na vida temos que acreditar que sem Deus nada é possível, e devemos a ele esta vitória", disse Milene.

A entrada para o I Torneio de Basquete sobre Cadeira de Rodas será franca e os organizadores pedem para que a população prestigie e veja o quanto é importante que tenhamos força de vontade na vida.

"A garantia para que as pessoas venham? A garantia é ver jogos de muita emoção e o melhor basquete jogado aqui na quadra deste ginásio", finalizou Milene.

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