Paradesporto | Da Redação | 27/05/2019 16h44

Atleta de MS conquista 3 medalhas em Etapa de Jiu Jitsu de Salvador

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O faixa preta de Jiu Jitsu Adilson Higa, disputou no último final de semana a etapa do ranking mundial em Salvador, e conquistou o vice campeonato na categoria pesadíssimo (+100kg) Master 4 para atletas entre 46 e 50 anos com kimono, e 3°lugar no absoluto nas disputas de kimono no sábado.

O atleta voltou às disputas no Nogi (sem kimono) no domingo, conquistando mais uma medalha de prata, totalizando 3 medalhas e subindo mais algumas posições no ranking mundial e nacional. 

Higa, era número #158 no ranking mundial da IBJJF em 2018 e hoje ocupa a posição #87 na categoria com kimono e posição #61 na categoria Nogi. Já no ranking nacional da CBJJ está na posição #34 com grandes possibilidades de terminar o ano entre os 10 melhores do Brasil e os 20 melhores do mundo. Tudo irá depender das próximas disputas.

Adilson Higa, conheceu o Jiu-Jítsu quando tinha 18 anos. Aos 23, o até então jovem atleta se mudou para o Japão, onde se tornou faixa preta de Judô pelo instituto Kodokan. Na terra do sol nascente, ele participou de grandes campeonatos, como o WWE, Prid e o Pan Crase, além de passar de faixa azul para roxa. Em 2001, Higa retornou ao Brasil e continuou sua vida.

Em 2009, quando voltava do trabalho,um caminhão invadiu a preferencial e o atropelou. O atleta foi parar no eixo do veículo, que arrancou seu braço esquerdo. Ele ficou 28 dias em coma e mais 54 dias internado, além de ter sofrido 12 paradas cardíacas e ter levado 280 pontos. Ele pesava 115 kg na época do acidente, e saiu do hospital pesando 84 kg. 

Quando saiu do hospital, o médico disse que as chances dele voltar a andar eram de 30%. “Sem o Jiu-Jítsu eu não teria conseguido superar o acidente” conta higa. 

Alunos e hoje amigos preocupados com sua recuperação, insistiram que ele voltasse a dar aulas como forma de se recuperar do que havia acontecido. E em 2010 ele retornou “Eles me procuraram e disseram que eu precisava ocupar a cabeça. E um dia eu estava ensinando um movimento e precisei demonstrar para os alunos. Foi aí que pensei: o caminho é aqui", relembrou o atleta.  

À volta ao esporte não foi fácil, Higa passou mal diversas vezes, e quando ia ao médico era chamado de louco, mas nada disso o fez desanimar "Eu vestia o meu kimono e me sentia bem com aquilo." Na época, o lutador resolveu cortas 8 dos 12 remédios que tomava para a recuperação. "Deixei só os que eram realmente importantes".  

Após retirar os pontos, alguns amigos sugeriram que ele entrasse em uma competição, algo que na época ele desacreditou. Em sua volta, ele venceu duas das três lutas e foi vice-campeão regional. Desde então, Higa participou de 15 campeonatos por ano e conquistou 90 medalhas. 

Com a vitória, a repercussão foi tão grande que novos alunos procuraram Higa para ter aulas. "Eram seis alunos, viraram 20, depois viraram 70. Não tinha estrutura para atender".  No fim de 2010 o lutador construiu o local onde funciona sua escola. 

Desde 2014 a academia de Higa é credenciada na Confederação Brasileira Paradesportiva de Jiu-Jítsu (CBPJJ). Em 2015 o lutador fez os cursos de aperfeiçoamento para habilitação. "Isso é importante porque, assim como as pessoas que procuram aqui para aprender o esporte por ter receio de academias que visam às competições”.

*Com informações do site Diário Digital

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