Operários de estádio João Havelange realizam um protesto
Rio de Janeiro (RJ) - Operários que trabalham na construção do estádio João Havelange realizam um protesto nas imediações do complexo esportivo nesta sexta-feira. O estádio é uma das instalações construídas especialmente para a disputa dos Jogos Pan-Americanos.
Eles revindicam melhores condições de trabalho e aumento salarial. Os operários fazem uma passeata no entorno do estádio e terão uma reunião com a empresa responsável pela obra. O manisfesto está sendo acompanhado pela polícia.
Os operários garantem que não voltarão às atividades enquanto não tiverem um pronunciamento considerado favorável por parte da Rioube, empresa municipal responsável pelas obras, segundo o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada (Stiraicp).
Informada sobre a greve, a Riourbe negou que os funcionários sejam expostos a más condições e afirmou que o movimento partiu de um sindicato, que escolheu a obra do estádio para promover uma solicitação geral da categoria pelo aumento do dissídio salarial.
Entre as queixas dos operários, estão a demora na entrega e na qualidade da alimentação e a falta de água potável, de acordo com Erinaldo Pedro Soares, diretor do Sitraicp. Ele afirmou que 60% dos funcionários que trabalham no estádio aderiram à paralisação.
"Num calor desses de 38 graus, imagina o trabalhador ter que tomar água quente?", disse Soares, negando a alegação da empresa municipal de que o sindicato teria incentivado a greve.
"Eu discordo totalmente. Eles (Riourbe) dizem isso porque não estão sofrendo na pele o que os funcionários estão passando. Lá está todo mundo no ar-condicionado, queria ver eles aguentarem um dia aqui."
Palco das competições de atletismo e futebol dos Jogos Pan-Americanos, o estádio João Havelange é uma obra de responsabilidade da prefeitura do Rio e está orçado em 385 milhões de reais. A arena terá capacidade para 45 mil torcedores e a previsão de entrega das obras é no mês de maio.
A Riourbe informou que 2.300 funcionários trabalham no local. A empresa afirmou que por enquanto não vai tomar nenhuma medida, tendo em vista que a paralisação dos funcionários não seria contra a obra. "Eles têm direito de se manifestar", disse uma assessora da Riourbe.
No fim do ano passado, um operário morreu em decorrência de uma queda dentro do estádio. De acordo com Soares, operários de outras obras dos Jogos Pan-Americanos também estariam trabalhando sob más condições e estariam propensos a também entrar em greve. "As outras obras por enquanto estão normal, mas o pessoal está disposto", afirmou.
Com Reuters
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