Pan-americano | GE.net | 26/06/2007 12h20

Nuzman reconhece atraso de obras e defende custo do Pan

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São Paulo (SP) - O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e do Comitê Organizador dos Jogos Pan-americanos do Rio (CO-Rio), Carlos Arthur Nuzman, reconheceu nesta segunda-feira o atraso no cronograma de entrega das sedes do evento.

"Falam de atraso, o que é verdade e ninguém vai dizer que não tem", admitiu durante videoconferência do (COB) com atletas e comissões técnicas distribuídos em São Paulo, Rio, Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Porto Alegre e Curitiba (PR). Apesar do reconhecimento, Nuzman minimizou o fato, classificado como comum pelo dirigente.

"Em Pequim, o Estádio Olímpico que teria competição em fevereiro não vai ficar pronto no prazo. A empresa alemã que estava construíndo faliu e só fica pronto em final de março ou abril", diz, comparando a situação nacional a de outras sedes de eventos esportivos. "Você ouviu falar disso em Atenas, a Copa da Alemanha depois foi o máximo, mas antes tinha isso tudo".

A preparação brasileira para os Jogos andou às voltas com inúmeros problemas nas sedes. Houve o atraso no início e subdimensionamento nas obras no Maracanãzinho, a falência do consórcio que construiria a Cidade dos Esportes, no autódromo, os embargos jurídicos envolvendo Marina da Glória e Estádio de Remo, além de problemas com a concorrência no Riocentro.

Mesmo assim, os envolvidos nas construções asseguram que tudo fica pronto em tempo e hoje, o secretário-geral do CO-Rio, Carlos Osório, afirmou que a sede do remo será entregue no próximo dia 6.

Custo - Mais uma vez, Nuzman aproveitou o encontro com acompanhamento da imprensa para defender o custo dos Jogos, com o qual fez paralelo à economia doméstica. "O Pan-americano estava orçado em US$ 225 milhões em fevereiro de 2003, mas é como se aplicasse na poupança. Você transforma e corrige pelo valor de hoje e dá R$ 1 bilhão".

Apesar da defesa, mais uma vez Nuzman evitou comentar o valor total do evento. "O valor hoje eu não posso falar oficialmente, mas é três, três vezes e meia maior. O menor aumento na história olímpica", afirmou, repetindo o que já havia declarado no início do mês.

"Poderíamos fazer pequenininho, baratinho e todo mundo ia estar reclamando", garantiu aos atletas, que para ele farão parte de um momento especial na história esportiva do país. "Estes Jogos vão mudar a história do esporte brasileiro. A história será contada de maneira diferente", aposta.

Durante a videoconferência, além de Nuzman e Osório também falou o chefe de missão, Marcus Vinícius Freire. Marcus Vinícius explicou detalhes da logística da delegação, que terá mais de 900 componentes e ficará alojada em três prédios da Vila Olímpica. "Vamos ter nossa pré-olimpíadas dentro de alguns dias", afirmou, reafirmando que os atletas deste Pan tiveram a melhor preparação da história para o evento.

Pressão - Tanto Nuzman quanto seu chefe de missão fizeram questão de ressaltar que não há cobrança de resultados sobre os atletas no Rio. Contudo, durante seus discursos deixaram transparecer que expectativas existem.

Ex-jogador de vôlei, o presidente do COB lembrou que nunca participou do evento como atleta. "Espero que vocês me premiem com uma medalha ou mais, que vou ficar muito honrado", brincou. "Esta é a maior delegação brasileira da história e estará honrando este trabalho todo".

Marcus Vinícius citou a preparação feita pelas equipes e a oportunidade inédita de contar com recursos financeiros das loterias nas Confederações. "Este deve ser, sem cobrar resultado de ninguém, o melhor resultado do Brasil em Pan-americano".

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