Pan-americano | GE.Net | 29/12/2006 11h10

Novo impasse político ameaça a sede do remo e canoagem

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São Paulo (SP) - Nas primeiras horas desta quarta-feira, o Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas deu adeus a um de seus lances de arquibancadas para dar lugar a uma nova estrutura mais moderna, que atenderia às exigências feitas pela Organização Desportiva Pan-americana (Odepa) para a realização do Pan de 2007.

O que poderia ser um passo à frente decisivo para o evento no Rio parece ser mais um capítulo de um imbróglio jurídico que dura quase dez anos. Isso porque a arquibancada teria sido demolida à revelia da Justiça, que concedeu à Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro (Frerj) uma liminar impedindo a obra.

A Frerj tentava evitar a demolição da arquibancada menor nesta quarta, para que as obras lideradas pela empresa Glen Entertainment não afetassem estruturas como as garagens dos barcos do local, que receberá as competições de canoagem, remo e esqui aquático no Pan. A Glen, por sua vez, tenta a modernização do local, com a construção de seis salas de cinema, shopping center, restaurantes e estacionamento, além de uma nova arquibancada de três mil lugares que substitua a antiga.

De acordo com a Confederação Brasileira de Remo, o Estádio foi tombado pelo Município no início de 2006. Como o Estado é proprietário do local, fez questão de preservar a arquibancada maior, que atende às exigências da Odepa para o Pan. Porém, a Glen - concessionária das obras - teria entrado em um acordo com o Estado para reformar a menor, o que começou de fato na manhã da quarta-feira.

Segundo a Glen, o local foi cedido à empresa em acordo com o poder público do Rio de Janeiro, uma vez que apenas a Frerj se oporia às mudanças. "(A reforma) não coloca nada em risco. O problema é que a Federação tem um projeto e não quer que a Glen toque uma obra diferente, mais moderna. Onde você ler `Ministério Público´, entenda a Federação, que fica inventando coisa para atrasar a obra", disparou Ester Lima, diretora de comunicação da concessionária, em contato telefônico com a Gazeta Esportiva.Net.

De acordo com Ester, as tentativas da entidade estadual de barrar a obra fariam parte apenas de uma briga política. De um lado, estaria a Frerj, que estaria isolada na disputa. Do outro, a Glen Entertainment (apoiada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Semadur) e a CBR, que tentam concluir as novas instalações da Lagoa em até quatro meses. "Quando você assiste a uma prova com cem pessoas aqui, ficam 99 de pé. É isso que a Federação quer?", pergunta Ester.

No meio da polêmica está o Ministério Público do Rio de Janeiro, que entrará com uma ação por conta da desobediência da ordem judicial por parte da Glen assim que obtiver informações sobre o possível tombamento. "Nós estamos apenas aguardando o laudo dos engenheiros para dar uma posição mais certa", condicionou a promotora Denise Tarim, responsável pelo caso.

A posição oficial da Justiça, segundo ela, deve ganhar nova direção nesta quinta, quando o resultado das análises feitas por engenheiros e arquitetos deve sair. Na Frerj, ninguém foi encontrado para comentar o caso.

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