Pan-americano | UOL | 14/06/2007 11h09

Brasileiros do judô sofrem a pressão do favoritismo no Pan

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São Paulo (SP) - Dos sete brasileiros que representam o Brasil no Pan-Americano do Rio de Janeiro, dois têm pódio em mundial e três são medalhistas olímpicos. O crédito, raro nas equipes dos países da América, é encarado com preocupação pela Confederação Brasileira de Judô que possui um trabalho focado no favoritismo da equipe masculina brasileira.

"Sem dúvida há esta preocupação. Há um psicólogo que cuida disso, olhando para o Pan-Americano por dois motivos: o Pan ser no brasil e sermos do favorito. Além disso, eu diria que há o assédio da mídia. Como os atletas não estão acostumados com esse clima, o assédio pode comprometer", diz Ney Wilson, coordenador da seleção.

O brasiliense Luciano Corrêa, que estará na disputa da categoria meio-pesado do Pan, diz essa é uma preocupação na sua preparação em Belo Horizonte, onde treina. "É meu primeiro Pan e tem o fator extra de ser aqui no Brasil. Por isso estou fazendo um trabalho com psicólogo para manter a concentraçaão durante a luta", conta o judoca, que foi medalha de bronze no Mundial de 2005.

Nesta mesma competição, há dois anos, o gaúcho João Derly conseguiu um feito inédito: um ouro brasileiro em mundiais. Visto com um dos grandes favoritos para o ouro no Pan na categoria meio-leve (até 63 kg), ele diz que não se incomoda com a torcida e miniminiza qualquer fracasso.

"No meu caso, a torcida só dá ponto a favor. Faz um grande bem. Sempre fica uma expectativa das pessoas comigo. Sempre entro tranqüilo para fazer o meu melhor. Uma medalha de prata ou de bronze está legal. Aliás, só de estar lá já é bom", afirma ele, que em Santo Domingo-2003 perdeu na primeira luta e foi eliminado.

Para Alexandre Lee (peso ligeiro, até 60 kg), que apesar de ter ido a Olimpíada de Atenas é estreante em Pan, diz que sua categoria e a de Derly são as mais competitivas. "A maioria das categorias do masculino do Brasil é favorita ao ouro. Do peso leve (representado por Leandro Guilheiro) para cima, o Brasil tá com uma vantagem grande", analisa.

Se confirmar o que diz Lee, Flávio Canto, medalhista de bronze em Atenas e titular do meio-médio (até 81 kg), pode chegar ao quarto pódio em Pan e ser o primeiro brasileiro a alcançar tal feito. Até agora ele empata com Luís Shinohara e Frederico Flexa na marca.

Já João Gabriel Schilliter, da categoria pesado (acima dos 100 kg), vai em busca da primeira medalha no seu primeiro Pan. Para ele, que está com 22 anos, a torcida deve dar uma pressão maior, mas não assusta. "Isso sempre causa uma pressãozinha maior. Mas ninguém fica em cima como nos outros esportes. A mídia cobra pouco. Alguns atletas, dependendo de quem, têm uma crítica maior", diz.

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