Muay Thai | Da redação/com GB Esporte | 17/12/2013 14h22

Atleta de 17 anos "bate pesado" e nem premiação atrai desafiantes

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Campo Grande (MS) - A lutadora Larissa Elias tem 17 anos, 1,80 m, 75 kg e nenhuma adversária para encarar em Mato Grosso do Sul. Ela afugentou as rivais ao ganhar fama por 'bater pesado', quatro meses atrás, quando trocou o boxe pelo muay thai e derrotou uma professora da arte tailandesa, em um festival de MMA em Campo Grande. Nem mesmo a oferta de um prêmio em dinheiro foi suficiente para que um novo combate pudesse ser arranjado.

- Acho que depois daquela primeira luta, as outras meninas ficaram com medo da Larissa. Até oferecemos R$ 200 em um grand prix de lutas em uma cidade do interior, mas ninguém apareceu - comenta o mestre e técnico de Larissa, Ubiratan Neves.

Para o mestre, Larissa é uma lutadora quase completa, que se sai bem tanto no ataque como na defesa e tem potência nos punhos e pernas. Se por um lado a jovem ganhou respeito e notoriedade ao vencer uma adversária graduada, por outro, a falta de novos desafios tem prejudicado a sequência da carreira dela.

- Falam que eu luto como homem, aí fica difícil. Minha fama deve estar feia por aí. Treino todos os dias da semana, mas acabo desanimando - diz Larissa.

Embora seja novata no muay thai, Larissa tem quatro anos de experiência no boxe amador e um cartel de 11 lutas, sendo 10 vitórias e uma derrota. Com 15 anos, ela sagrou-se campeã paulista de boxe na categoria meio-médio, e no ano passado ficou com o vice-campeonato paulista. A arte tailandesa surgiu como uma oportunidade de continuar crescendo profissionalmente, mas a atleta esbarrou na falta de adversárias no estado.

A solução encontrada pelo mestre e pela família é a emancipação de Larissa. Ubiratan explica que, pelas regras internacionais do muay thai, só atletas com mais de 22 anos podem lutar profissionalmente. Assim que se emancipar, a jovem deve se tornar federada e participar de competições oficiais, encarando adversárias profissionais. 

O pai da jovem, Valdecir José de Oliveira, garante apoiar a filha para que ela siga fazendo o que sabe melhor.

- Ela sempre foi muito ativa e curiosa, começou no judô lá pelos 11, 12 anos, na escola mesmo. Depois veio o boxe, e a gente sempre acompanhou ela nas viagens a São Paulo. Daqui para frente, se acontecerem viagens mais longas, vamos acompanhá-la toda vez que pudermos - conta o pai.

Enquanto aguarda a conclusão do processo legal de emancipação, Larissa segue a rotina na academia com atividades em três turnos, cinco dias por semana. E se aparecer alguma desafiante até lá, ela garante estar pronta para o combate.

- Vai ser legal a profissionalização e a emancipação. Vou poder lutar fora do país, pegar experiência e ganhar algum dinheiro. Se as adversárias vão continuar com medo, eu não sei, só sei que vou subir no ringue para dar show - diz a lutadora.

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