Lutas | (Com informações da APn) | 20/10/2004 17h25

Judocas de MS já pensam em Paraolímpiadas de 2008

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Judocas de MS já pensam em Paraolímpiadas de 2008

O projeto Judô nas Escolas está apenas começando, mas seis atletas especiais que o integram sonham alto: querem alcançar os índices exigidos para participar das paraolimpíadas em 2008, no Japão. Enquanto o sonho está distante, eles não param. Treinam duas vezes por semana e, a partir de novembro, a preparação será intensificada com a chegada da Copa MS que será realizada em Campo Grande no mês de dezembro. "Iremos disputar a nossa primeira competição oficial, portanto, temos que treinar firme. Queremos conseguir resultados, mas só o fato de participarmos já é uma vitória", declara Rafael, um dos atletas. Em 2008, os judocas especiais de Mato Grosso do Sul querem estar entre os atletas da delegação brasileira que representará o País nas Paraolimpíadas do Japão. O projeto de inclusão esportiva da SED, que conta com o apoio do professor de judô Amadeu Dias de Moura e da Academia Rocha, acontece desde o mês de maio. A meta é, em um ano, beneficiar 100 alunos que estudam próximo da academia, na Vila Carvalho. Para Amadeu, que é sensei do 5º dam, o judô é uma modalidade que pode ser praticada por qualquer pessoa. \"A intenção do projeto é prestar um serviço à sociedade e melhorar a qualidade de vida dos alunos praticantes levando em conta as notas na escola e o comportamento deles". O secretário de Estado de Educação, Hélio de Lima diz que \"quanto mais projetos puderem ser realizados envolvendo educação e esportes maior será a chance de Mato Grosso do Sul descobrir vários talentos que estão à espera de uma oportunidade. Além disso, estimular alunos para práticas esportivas é essencial para o desenvolvimento de cada um\".
Quebrar barreiras - \"Nós não somos coitadinhos. A partir do momento em que nos ensinam as regras dos esportes, adaptadas para a nossa deficiência, somos capazes de ultrapassar todas as barreiras. Quando começamos a praticar qualquer esporte, temos que quebrar, a princípio, duas barreiras: o preconceito e a superação pessoal\". Com essa afirmação, o paraatleta Rafael Renato Moreira, 16 anos, coloca a dificuldade dos deficientes para conquistar espaço e respeito na sociedade. Rafael é um dos seis alunos deficientes visuais de uma academia que ensina judô com o apoio da Secretaria de Estado de Educação. Ele cursa o primeiro ano do ensino médio, na escola estadual Lucia Martins Coelho, e é um apaixonado por esportes. \"Além do judô, pratico futsal e musculação em academia. Cheguei a participar da pré-seleção paraolímpica de futsal, mas não pude continuar. No judô estou há cinco meses". Outra aluna que também pratica judô é a estudante Michele Aparecida Ferreira, da escola estadual Professora Tereza Noronha de Carvalho. Ela, que também cursa o primeiro ano do ensino médio, conta que começou o esporte por curiosidade e hoje pratica por prazer.Para ela, o judô veio contribuir no condicionamento físico, na maior sociabilidade com outras pessoas e também na autoconfiança. \"Depois que você inicia o esporte, tudo melhora. Um dia vim acompanhar meus amigos, fiz alguns exercícios, gostei e pratico já há quatro meses\". Mais um componente da equipe é Edson Divino Celso Ferreira, 22 anos e há quatro meses pratica o esporte. Ele ressalta que, \"independente de qualquer coisa, praticar esporte é muito bom. No meu caso, que perdi a visão num acidente, a filosofia do judô também serve como uma ajuda para a maior aceitação da deficiência\".

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