Judô | Da redação/com Assessoria | 14/10/2015 17h59

Precoces, irmãs ganham mais de 30 medalhas, mas sofrem com a falta de patrocínio

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Campo Grande - Em pouco mais de um ano nos tatames, as irmãs Neyenne e Nayrienne Caldeira, da Academia Moura de Judô, já têm muito do que se orgulhar. Nesse período, foram nada menos que 32 conquistas, entre medalhas e troféus, guardadas com orgulho pela mãe das jovens, Lucienne Caldeira. Apesar disso, a principal luta das atletas é a mesma de várias promessas em Mato Grosso do Sul: a busca por um patrocínio.

“Já tentamos em várias lojas, vários lugares, mas a gente não consegue. Os empresários falam que vão pensar e nunca respondem”, lamenta Neyenne, a mais velha, que tem 16 anos.

Faixa-laranja, ela concilia os treinos com os estudos -é bolsista de Educação Física em uma universidade particular de Campo Grande-, já disputou vários torneios estaduais e, recentemente, trouxe um troféu de uma competição em São Paulo (SP) -viagem que foi patrocinada pela mãe. Além disso, a prática esportiva refletiu diretamente em sua saúde, já que perdeu 28 quilos desde que começou no judô.

“Minha irmã começou a praticar antes de mim. Ela começou a competir e ía para Dourados. Não queria que ela fosse sozinha, fui com ela e gostei do esporte. Mas [as viagens] pesam muito. Temos várias competições”, pontua.

Mais tímida e de poucas palavras, Nayrienne Caldeira, de 11 anos, também tem que se desdobrar para manter a rotina de treinamentos. Pela manhã, ela estuda em um colégio público e, a tarde, participa de um projeto de judô no local. A noite, de segunda a sexta-feira, junto com sua irmã, treina com o sansei Marco Aurélio de Moura. O esforço foi recompensado, já que, recentemente, conquistou uma medalha na Argentina.

‘Mãetrocínio’ - Mãe das jovens atletas, Lucienne não estima um gasto mensal que tem para manter as filhas na prática do judô. No entanto, acredita que grande parte de seus rendimentos do mês são destinados para realizar o sonho das filhas: disputar um Campeonato Mundial.

“É um valor que pesa muito. Eu trabalho só pra isso. Meu esposo tem o trabalho dele, mas eu trabalho com vendas de salgados, bolo, e todo o dinheiro fica praticamente nisso. O sonho delas é esse”, diz.

Para ajudar, ela realiza eventos e faz ‘vaquinha’ com amigos para angariar fundos e garantir as viagens das filhas. “Como não tem, geralmente a gente faz vaquinha, faz evento, as pessoas próximas ajudam, para poder viajar. Agora, a Neyenne vai para a Seletiva em novembro, e fica bem caro, pois é em Salvador (BA). Só as diárias são caras”, finaliza.

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