Hipismo | Gazeta Esportiva.Net | 30/03/2008 02h05

Rogério Clementino: pensamento em sua família durante a prova

Compartilhe:

São Paulo (SP) - Próximo das Olimpíadas de Pequim na prova de adestramento, o cavaleiro Rogério Clementino não deixa o sucesso no esporte apagar as lembranças da infância pobre no Mato Grosso do Sul. Firmando-se aos poucos como um dos maiores nomes brasileiros da modalidade, que tem custos bastante altos, o medalhista de bronze nos Jogos Pan-americanos revelou o que passou em sua mente durante os cerca de dez minutos de apresentação deste sábado.

"Eu pensei na que já aconteceu na minha vida e na minha família que está no Mato Grosso do Sul. Isso me faz montar com mais firmeza na hora de montar e assim vou chegando lá", comentou o atleta, que foi vaqueiro no Pantanal.

Aproximademente oito anos atrás, passou a trabalhar com Leando Silva (que já representou o Brasil em Pan-americano) e aprendeu as técnicas do adestramento. Há cerca de dois anos, por sua vez, ganhou a confiança de José Victor Oliva, ex-marido de Hortência, e passou a treinar com um dos cavalos do empresário, Nilo VO.

"O Roger tem um grande talento e acho que a obtenção deste índice é o começo da carreira internacional dele. Tudo o que aconteceu hoje reflete o espírito de tudo o que a gente investiu, do trabalho de todo mundo. Ele tem uma história linda, que me emociona. Foram muitas horas de trabalho, sem contar a tensão dos dias anteriores. Eu adoraria ter um filho como ele", destacou Oliva.

Emocionado, o empresário não fez questão de esconder o otimismo. "Não estamos nas Olimpíadas, mas perto. Só que conseguir 68% de um juiz oficial internacional e 66% de outro é uma média muito boa. Se ele fizer isso na China já vai estar muito bem classificado. Ele é um menino espetacular", elogiou. Clementino, claro, retribuiu as palavras do patrão. "O Zé Victor é um paizão: está sempre do meu lado e sofre mais do que eu nas competições", observou.

Religioso, o atleta atribui a Deus as mudanças em sua vida - no ano passado, por exemplo, ele era reserva da equipe brasileira no Pan, mas um problema de saúde com o cavalo da experiente Pia Aragão fez com que ela fosse cortada e Rogério competisse no Rio de Janeiro. "Quando eu comecei a esquecer um pouco de bagunça e andar mais na linha certa, minha vida só teve benção", assegurou.

De olho na obtenção do segundo índice e da confirmação da vaga olímpica nas próximas semanas, o cavaleiro garante que não vai deixar se levar pela empolgação. "Tenho que manter a tranquilidade, além de dar um descanso para mim e para o cavalo. Agora é a hora mais importante de não querer apertar demais e só relaxar. Vou tentar melhorar algumas coisas que não estão bem e melhorar para a próxima, mas preciso continuar sendo o mesmo Roger porque já deu certo", explicou.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS