Handebol | Gabriel Sato | 19/05/2019 13h35

Grupo de amigos refaz equipe de handebol após 25 anos

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O amor e o prazer pelo esporte são sentimentos que, muitas vezes, nem o tempo destrói. Bom exemplo disso é um grupo de amigos de Campo Grande que, durante a época de escola jogava, handebol e, após 25 anos, resolveram se reencontrar para voltar a praticar o esporte.

Essa história começa em 1993, quando Dolvair Paschoal, professor de educação física da Escola Estadual Dona Consuelo Muller, resolveu criar uma equipe de alunos para jogar handebol.

O grupo tinha talento e títulos, como jogos escolares, foram conquistados pela então equipe,formada por meninos de 12 e 13 anos.

Equipe de Handebol da EE Dona Consuelo Muller em 1994 (Foto:Arquivo pessoal)

O tempo passou, os meninos cresceram, cada um seguiu seu destino e o time foi se desmanchando. Mas, isso não foi um problema. Depois de 25 anos, eles resolveram se reencontrar. Pelas redes sociais, marcaram uma confraternização do grupo e tiveram a ideia de “vamos voltar a jogar?”. E foi exatamente o que eles fizeram.

Fabiano Ribeiro relembra como foi o reencontro. “Marcamos um churrasco para reencontrar o pessoal e resolvemos marcar de jogar um handebol lá na escola Consuelo Muller. Marcamos com todo mundo da época para brincar mesmo e animamos. Resolvemos levar mais a sério e começamos a marcar amistosos e, agora, vamos disputar os Jogos Abertos de Campo Grande”.

Primeiro encontro depois de 25 anos (Foto: Arquivo pessoal)

Com o nome de Handebol Campo Grande, para a disputa dos 41º Jogos Abertos da capital, a equipe precisou se reforçar. Nem todos da época de escola estão aptos a praticar a modalidade, que exige muita movimentação e força. Então, o grupo foi atrás de mais atletas para compor o elenco. No entanto, a base da equipe segue sendo formada pelos ex-alunos da geração de 93 e 94 da escola Consuelo.

Para Rodrigo Rieff, armador esquerdo do time, é importante reforçar o elenco para não “fazer feio” nos jogos. “Quem não estava bem fisicamente e não queria participar dos jogos abertos, a gente não colocou nesta equipe para a competição, porque não temos grandes pretensões, mas também não queremos passar vergonha. Então, chamamos algumas pessoas de fora para poder melhorar nossa equipe”.

O time está treinando duas vezes na semana e promete dar trabalho na competição, que teve início na última quinta-feira (16).

Superação

Um dos atletas da equipe, ainda durante a fase escolar, teve de abandonar o esporte devido a um confronto muito maior do que qualquer adversário dentro de quadra: o câncer.

Fabiano Ribeiro tinha 15 anos quando descobriu um câncer no intestino delgado. A doença fez com que o jovem atleta tivesse que interromper suas atividades para se tratar. O handebol, uma de suas maiores paixões, teve de ser deixado de lado.

“Fiz de um ano e meio a dois anos de quimioterapia. Naquela época, a medicina não era tão avançada, então o tratamento era muito longo e debilitava muito. Assim, perdi dois anos de escola, sai do Consuelo e parei com o handebol”, relata Ribeiro.

Sem praticar o esporte desde a época de menino, ele não pensou duas vezes em retornar às quadras, quando a equipe resolveu voltar à ativa. “Montamos um grupo no WhatsApp para juntar mais o pessoal, contávamos histórias da época que jogávamos e mandamos vídeos de jogos para todo mundo se animar e não deixar o grupo morrer”.

Já tratado do câncer, Ribeiro espera que a equipe possa ter um bom desempenho nos jogos abertos. “Queremos fazer um bom jogo, vamos entrar em quadra para fazer uma boa partida, mesmo que não seja o melhor mas que tenha qualidade”.

Fabiano de volta às quadras junto de seu filho (Foto: Arquivo pessoal)

 

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