Ginástica | GE.Net | 14/10/2006 17h49

Brasil vai disputar competição de olho nas Olímpiadas de Pequim

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Aarhus (Dinamarca) - O primeiro passo da ginástica brasileira rumo aos Jogos Olímpicos de Pequim começa a ser dado neste domingo. Afinal é neste dia que o Brasil inicia a sua participação no Mundial de Ginástica Artística, que será aberto nesta sexta-feira na cidade dinamarquesa de Aarhus e vai até o dia 21 de outubro.

Além da importância óbvia de um título mundial - feito conquistado no ano passado por Diego Hypólito e por Daiane dos Santos em 2003, ambos no solo -, os brasileiros farão suas apresentações pensando no futuro: a disputa classifica os 24 melhores países para a disputa do Mundial Pré-Olímpico do ano que vem. Ao todo, 44 países tentam a vaga entre os homens, dez a mais que no feminino.

"Aqui começa o nosso sonho de levar mais uma vez a nossa equipe completa para uma Olimpíada, mas agora com o masculino junto", reconhece a supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica, Eliane Martins. Ela demonstra confiança na equipe nacional. "Nós temos, tanto no masculino quanto no feminino, um grupo bastante jovem e a evolução é cada vez maior, assim como o nível técnico", garante.

A equipe brasileira feminina está com a sua força quase máxima. Das principais atletas, apenas Roberta Monari está fora, por conta de uma contusão. Desta forma, o país será representado por Daiane dos Santos, Laís Souza, Daniele Hypólito, Camila Comin, Juliana Santos e Bruna Costa. Entre os homens, a equipe convocada é composta por Mosiah Rodrigues, Caio Costa, Michel Conceição, Diego Hypólito, Victor Rosa e Luiz Augusto dos Anjos.

Nas duas categorias, a expectativa é por medalha, apesar de os atletas adotarem um discurso humilde. "Estou ciente de que serei apontado como favorito para ganhar a prova de solo, mas estou tranqüilo neste sentido e nada vai fazer mudar a minha forma de agir e pensar. Sempre entrei nas competições com bastante humildade e concentrado", garante Diego, cuja série no solo apresentará algumas mudanças, mas continuará apresentando um nível alto. "Minha nota de partida sairá de 16,70", explica.

No feminino, será a vez de Daiane dos Santos tentar apagar o resultado do ano passado, quando chegou como favorita no solo, mas terminou apenas em sétimo lugar após sofrer uma queda em sua apresentação. Assim como em Atenas, porém, as lições foram aprendidas. "De toda competição a gente tira os aspectos positivos e negativos e usa isso para competições futuras. Então aquela expectativa grande de que iria ganhar uma medalha que acabou não saindo foi muito importante", afirma Eliane.

Ela relembra as Olimpíadas, outra competição em que Daiane não conseguiu superar o peso do favoritismo. "Antes da competição a gente já considerava a Daiane campeã. Serviu como lição e nós ficamos mais comedidas agora, procurando uma concentração maior e deixando essa coisa de vai ganhar para quando acabar apresentação", garante. Exatamente por isso, a gaúcha prefere não falar muito em resultados. "Meu foco na competição não é individual. Eu tinha que ter ido bem na Austrália, mas fui mal. Agora, penso na equipe, na vaga olímpica. Isso é o mais importante", assegura.

Outra que quer usar a disputa em Aarhus para esquecer o Mundial do ano passado é Laís Souza. Há aproximadamente um ano, ela vivia um momento no qual a expectativa era coroar uma bela temporada, quando havia conquistado duas medalhas de ouro e duas de prata no salto sobre o cavalo em etapas da Copa do Mundo. Porém, uma queda durante um aquecimento às vésperas do Mundial fez com que a perna direita da atleta inchasse e ela fosse obrigada a desistir da prova.

"Espero que dê tudo certo agora, pois no ano passado eu me machuquei em um imprevisto. O que vier para mim é lucro. Eu ainda não consegui mostrar meu resultado em um Mundial, ao contrário de etapas da Copa do Mundo, onde eu sempre dava resultados bons", lamenta Laís, que garante estar mais motivada por conta do problema. "Como eu não participei a gente fica pensando: 'Ah, poderia ter acontecido isso ou aquilo, eu poderia ter visto o meu resultado entre as melhores do mundo'. Então este ano tenho que chegar para mostrar mais, valendo por agora e pelo ano passado", explica.

Para Eliane Martins, um bom resultado no feminino é um pouco mais provável que entre os homens. "Eles estão evoluindo tanto quanto as meninas, mas o problema é que a concorrência a nível mundial no masculino é muito maior que no feminino. E isso também dificulta bastante na hora de conseguir resultados melhores como equipe", explica a especialista. "Mas no individual a gente consegue os mesmos resultado, tanto que o Diego é o atual campeão mundial", ressalta, devolvendo o otimismo para a torcida brasileira.

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