Futebol | Veja | 26/09/2005 12h17

Golpe descoberto envolve manipulação de resultados de jogos

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O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo) e a Polícia Federal estão a ponto de desmantelar uma quadrilha montada com o objetivo de manipular resultados de partidas de futebol do Campeonato Brasileiro e do Paulista. Ela envolve um grupo de empresários, donos de bingos em São Paulo e Piracicaba (no interior paulista) e o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, um dos dez juízes brasileiros pertencentes aos quadros da Federação Internacional de Futebol (Fifa), que reúne a elite da arbitragem mundial. Com os resultados acertados com o juiz, a quadrilha lucrava em apostas milionárias em sites de jogatina na internet. É o maior golpe na paixão dos brasileiros pelo futebol e um escândalo de repercussão internacional.

Gravações telefônicas mostram que Edilson, em conluio com os empresários, "vendeu" e, em outras oportunidades, tentou "vender" os resultados de muitas das 25 partidas que apitou desde janeiro deste ano nos que são alguns dos mais importantes torneios do futebol mundial, entre eles as copas Libertadores e Sul-Americana. Com base nos resultados combinados com o juiz, os empresários faziam apostas milionárias em dois sites de futebol na internet que oferecem loterias eletrônicas. A existência e o funcionamento desses sites no Brasil são proibidos e as apostas ocorrem de forma clandestina. O Gaeco já sabe que pelo menos mais um árbitro - Paulo José Danelon, ligado à Federação Paulista de Futebol e que apitou no Campeonato Paulista - fazia parte da quadrilha. Dois bandeiras, da mesma federação, também estão sendo investigados sob suspeita de participação no esquema. A quadrilha, segundo o Gaeco, teria lucrado com as fraudes mais de 1 milhão de reais nos últimos seis meses.

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