Muita gente acha que ser jogador de futebol é garantia de uma vida cheia de dinheiro e glamour, mas não é bem assim. Esse mercado é restrito. Apenas 5% dos atletas alcançam esse patamar, número que diminui ainda mais quando falamos aqui do Mato Grosso do Sul.

Com um calendário escasso, contando apenas com o Campeonato Estadual no primeiro semestre e a Copa do Brasil para as duas equipes qualificadas no ano anterior, o salário da grande maioria desses jogadores já acaba no dia 24 de março, data do fim da primeira fase do Estadual. Quem chegar na final ainda recebe salário no mês de abril, e caso seja campeão ainda tem a possibilidade de disputar o Brasileirão Série D e faturar por mais alguns meses.

Ou seja: das 14 equipes de MS, apenas uma continuará empregando seus jogadores por mais tempo. A partir daqui, uma outra realidade é criada: alguns atletas voltam para casa, alguns vão atrás de outro emprego, mas o mais triste é quando alguns abandonam a carreira, cansados de todos anos terem que procurar outra atividade profissional no segundo semestre.

Reclamavamos antes de condições melhores para disputar o Estadual, o que gradativamente está acontecendo. Há alguns anos já, a tabela de jogos é feita de acordo com a localização geográfica de cada equipe, facilitando assim a locomoção das equipes. O Governo de MS continua investindo todo ano para ajudar no transporte e na hospedagem. As prefeituras, pelo menos do interior, também incentivam financeiramente os times. A TV aberta voltou a transmitir partidas da competição. Além disso, o Estadual contará com aporte financeiro da Chevrolet em 2013. O cenário está melhorando.

Mas, será que com mais competições no segundo semestre, prefeituras, governo e empresas continuariam incentivando as equipes de futebol? Não seria a hora de se unir com o restante das federações do Centro-Oeste atrás de uma saída, já que essa situação de falta de calendário não é exclusividade nossa?

Pois é, ser jogador por essas bandas anda bastante complicado.