Editorial | Da redação | 09/07/2006 13h32

Julho: Lições aprendidas com a Copa

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A Copa do Mundo deu um grande exemplo para todos nós. É necessário ter força de vontade, empenho e gana para alcançar os objetivos almejados. Em detrimento apenas à técnica, os resultados dos jogos desta Copa mostraram que rende mais aqueles que têm garra.

Em nossa realidade, não é diferente. Um estado novo, com grande extensão territo-rial e com baixa industrialização enfrenta ainda diversos outros problemas para o desenvolvimento da prática esportiva. Na situação atual, soma-se a esses fatores negativos, o atraso no repasse da verba do Fundo de Investimento Esportivo, que o governo insiste reter em suas mãos.
Em revelia a todas as dificuldades, os desportistas de Mato Grosso do Sul continuam fazendo o seu papel com toda essa força de vontade. No mês de junho, mesmo com os jogos da Copa, em todos os finais de semana foram realizados campeonatos, eventos automobilísticos, de lutas e de cunho beneficente, entre outros.

Alguns atletas merecem destaque e nossas congratulações neste mês de junho. O douradense Lucas Cruz Kani-eski, nadou em piscinas maranhenses, quebrou o recorde brasileiro e alcançou índice para o Campeonato Mundial na categoria juvenil II, na prova dos 1500 metros livre. Na natação, ressaltamos também o trabalho feito pela Federação de Desportos   Aquáticos de Mato Grosso do Sul, que realizou o Campeonato Estadual de Inverno de Natação, além de estar participando com regularidade dos Campeonatos Brasileiros.

Digno de aplausos também é o trabalho realizado pelos times de futebol de Coxim e de Chapadão do Sul, que mais uma vez mostraram como fazer um bom trabalho, atuando junto ao comércio e empresários locais e buscando apoio da torcida, aproximando o time da população, com a realização de jogos com portões abertos, demonstrando consciência que este é um momento de plantar sementes e de fortalecer o pouco que se tem.

Além destas, há outras modalidades que persistem sempre, como é o caso do motociclismo, do automobilismo, do jiu-jitsu, do judô, do karatê, do vôlei, do basquete e de tantas outras modalidades, que não pararam neste mês de junho e realizaram importantes campeonatos, agitando assim o cenário esportivo do Estado Sul-mato-gros-sense. Insistimos em elogiar estes e todos os outros que seguiram com seu calendário, pois para alguns, é como se a Copa anulasse a existência de todas as outras modalidades.

Concordamos que a Copa é um dos maiores eventos esportivos do mundo, mas não podemos deixar que isso nos afete em âmbito regional. A imprensa esportiva só deu atenção para este evento e para nossos "craques" e hoje estão todos decepcionados, pois a desclassificação foi como destruir seu "castelo de cartas". Sinceramente não estamos tão desiludidos, pois o universo do Esporte Ágil é maior que a Copa do Mundo de Futebol.

Alegria devemos ter ao prestigiar o Festival de Kara-tê, o Estadual de Inverno de Natação ou à Copa Inter-gerações de Futsal e ver aqueles jovens garotos e garotas iniciando no esporte, aprendendo lições de vida, como compa-nheirismo, disciplina e caráter. Estas lições poderiam ser adiadas ou nem teriam acontecido não fosse a "força de vontade" de dirigentes, clubes, técnicos e pais, que seguem lutando para construir um esporte mais democrático, social e educativo.

Nossa existência é muito maior do que a Copa do Mundo e o esporte é muito mais que simplesmente o futebol.

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