Programa brasileiro será implantado na África
Programa brasileiro será implantado na África
Os países de língua portuguesa na África, entre eles Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné Bissau receberão, até o final de 2004, cerca de 1,2 mil artigos esportivos produzidos pelos detentos brasileiros do programa Pintando a Liberdade, do Ministério dos Esportes. O envio do lote faz parte de uma integração do programa com os dois países africanos. A idéia de integração surgiu durante a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África no ano passado, quando foi constatado que as atividades físicas e esportivas nesses países eram precárias por falta de bolas e outros itens. A partir disso, o ministro do Esporte Agnelo Queiroz fez um estudo para a implantação em Moçambique e Angola de duas fábricas de artigos esportivos aos moldes das existentes no Brasil. "O presidente já havia visitado uma das nossas unidades de produção em Feira de Santana, na Bahia, e, tão logo o ministro regressou da viagem, uma equipe técnica do ministério foi estruturada e viajou em janeiro deste ano para Moçambique e Angola", afirmou o coordenador do programa Pintando a Liberdade, Gerêncio Nelcyr de Bem. A maior parte do material esportivo desses países é importado da Ásia, via África do Sul, e chega a um preço muito alto. "Uma bola de qualidade média chega a custar mais de R$ 160", disse Gerêncio. O Pintando a Liberdade chega a esses países para tentar mudar esse quadro. Em Moçambique, onde o programa levará o nome de Pintando a Cidadania, por ser desenvolvido pela comunidade, o Ministério do Esporte vai montar uma fábrica, doar os equipamentos e enviar uma quantidade de matéria prima suficiente para fazer 7,5 mil bolas para cinco modalidade: futebol de campo, futsal, basquete, handebol e vôlei. "O Pintando a Liberdade vai produzir esse primeiro lote de 7,5 mil bolas e vamos repassar todo o conhecimento desenvolvido no Brasil", assinala Nelcyr, lembrando que neste País o programa vai gerar renda para cerca de 300 cidadãos. Em Angola, o programa Pintando a Liberdade terá a mesma configuração do modelo brasileiro e o mesmo nome. Um presídio, distante 43 quilômetros da Capital Luanda, abrigará o programa. Segundo o coordenador do programa no Ministério do Esporte, as duas fábricas deverão estar montadas até setembro. No Brasil, o Projeto Pintando a Liberdade atende a cerca de 12,7 mil detentos nos 27 estados e tem como objetivo ajudar na ressocialização e profissionalização desses detentos do sistema carcerário brasileiro com a utilização desta mão-de-obra na produção de material esportivo. Até o ano passado, o programa havia atendido mais de 12 milhões de crianças com materiais esportivos.
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