Possível volta de torcida nos estádios do Brasil gera debates
O retorno de público nos estádios brasileiros começa a ser debatido após o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, afirmar que a partir de outubro os clubes poderiam reabrir seus estádios recebendo até 1/3 da capacidade total do público.
O anúncio, que não tem a aprovação da CBF ainda, deve gerar nova discussão sobre quais seriam os protocolos de retorno do torcedor e deve virar um acalorado debate.
"Temos duas semanas para que a federação, os administradores do estádio e a Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro se ajustem. E pronto. Maiores de 60 anos, por favor, fiquem em casa. E menores de 12, também", tentou simplicar Crivella durante coletiva de imprensa na sexta-feira (18).
A única certeza dada pelo político é a de que a venda de ingressos deverá ser pela internet. À proposta anunciada pelo prefeito já surgiu a primeira rejeição. O presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, ameaçou tirar o time do campeonato caso apenas o Rio volte a ter torcida no estádio.
"O Corinthians só aceita a volta do público aos estádios se todos os times da Série A tiverem a mesma oportunidade, independentemente do estado ou da cidade. Se não forem as mesmas condições pra todos, não entraremos em campo", afirmou Sanchez em seu perfil no Twitter na noite de sexta.
A ameaça do presidente alvinegro deve gerar uma nova onda de lobby com autoridades públicas e extenso debate entre dirigentes esportivos. Com a pandemia do coronavírus regredindo em boa parte dos estados, mesmo após a reabertura de boa parte das atividades do comércio, o futebol iniciou um movimento para pedir o retorno do público, logicamente em menor tamanho, para os estádios.
O problema é que, no mesmo dia em que anunciou que vai liberar a torcida em outubro no Rio de Janeiro, Crivella teve de responder o porquê de alguns índices de internação de pessoas terem voltado a subir no Rio de Janeiro.
O político ainda tentou usar o futebol como "desculpa" para conseguir evitar aglomeração de pessoas nas praias cariocas, algo que teoricamente está proibido, mas que a prefeitura não tem conseguido controlar.
"Faremos um apelo à CBF no sentido de que possa nos ajudar pra que o Maracanã seja uma alternativa à praia, que é hoje talvez o maior problema do Rio de Janeiro, com grandes aglomerações de pessoas sem máscara. Se o jogo puder ser às 11h, vai ser ótimo para nós", disse Crivella, em referência a Flamengo x Athletico Paranaense, marcado para 4 de outubro, às 16h no Maracanã.
A CBF, até agora, enviou um protocolo para retorno de torcedores aos jogos do Brasileirão ao Ministério da Saúde. O órgão afirmou que recebeu o documento e está avaliando para medir a possibilidade de retorno do torcedor.
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