Diversos | (Com informações da ABr) | 13/06/2004 19h59

Portadores de coagulopatias participam de toneio no DF

Compartilhe:

Portadores de coagulopatias participam de toneio no DF

Cleidson Pacheco tem 21 anos e há 15 faz natação. Neste domingo, ele foi um dos mais premiados nas provas de natação, ficando com o primeiro lugar em quatro categorias da modalidade. Para Pacheco, a vitória teve um gosto especial. O jovem é um dos 200 participantes da 1ª Olimpíada dos Portadores de Coagulopatias da América Latina, realizada de 10 a 13 de junho em Brasília. "Hoje é só recompensa do trabalho de uma vida toda", afirmou Pacheco. A Olimpíada ocorreu nas modalidades de natação, atletismo e arremesso de peso. Foi promovida pelo Ministério do Esporte em parceria com o Centro Internacional de Treinamento em Hemofilia Dra. Maria Nazaré Petrucelli e a Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal. A coordenadora das Olímpidas, Jussara Oliveira Santa Cruz de Almeida, disse que o evento quer mostrar à sociedade os resultados que podem ser alcançados quando alia-se o esporte à assistência terapêutica. "A gente quer mostrar que independentemente do fator sócio-econômico cultural, o portador de hemofilia pode ter uma vida saudável como qualquer cidadão, fazendo parte de um esquema de tratamento especializado como a gente tem no centro", afirmou. No centro, o portador de coagulopatia recebe assistência de uma equipe multidisciplinar, que repassa informações sobre os cuidados a serem tomados, a prestação de primeiros socorros, além do desenvolvimento de atividades. De acordo com a assessoria do Centro, desde a sua criação, em dezembro de 2002, caíram em 95% os atendimentos nas emergências do Distrito Federal. O Centro é dos 32 reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde. Ornil Claro Costa Junior, de 22 anos, portador de hemofilia, freqüenta o local, onde faz hidroterapia, natação, musculação. Ele explicou que o esporte é fundamental para ajudar a fortalecer a musculatura e reduzir o risco de lesões. Ornil destacou a realização das Olimpíadas. "A participação nas Olimpíadas foi muito importante para os hemofílicos. Primeiro para aumentar a auto-estima, que às vezes está um pouco em baixa e também para as pessoas verem que a gente pode competir de igual para igual, não só com os hemofílicos, mas com o resto da população", ressaltou. Dentro da coagulopatia, a hemofilia é a doença predominante. Segundo a Dra. Jussara, no Brasil existem em torno de oito mil hemofílicos. Cerca de um a cada oito mil homens sofre da doença. A hemofilia é um distúrbio genético marcado por um sangramento prolongado. A próxima Olimpíada deve ser realizada daqui a dois anos na Argentina. O país vizinho trouxe quatro atletas para participar das competições. O coordenador da delegação, Carlos Nuñez, disse que eventos como esse são positivos, pois ajudam na troca de experiências. "É bom para conhecer outros lugares e saber que têm os mesmos problemas", disse.

VEJA MAIS
Compartilhe:

PARCEIROS