Paraolimpíadas começam em Atenas com 98 brasileiros

Paraolimpíadas começam em Atenas com 98 brasileiros

Os Jogos Paraolímpicos de Atenas finalmente começaram. Às 13h30 (de MS), nesta sexta-feira, o mundo parou para assistir à abertura do segundo maior evento multiesportivo do mundo, no Estádio Olímpico de Atenas. O espetáculo foi iniciado com a entrada dos Iluminadores, grupo de 150 crianças gregas que se aproximaram da grande árvore de oliveira no centro do gramado. A árvore mágica iluminou as crianças, trazendo com elas o conhecimento e a modernidade. Em seguida, houve a execução do hino grego e o hasteamento da bandeira helênica. Angola, nação de língua portuguesa, iniciou o desfile com muito estilo. Entre os 144 países representados, o Brasil foi o décimo nono a entrar, logo após a Bulgária. O País levantou o público do estádio com a sua maior delegação da história. Dos 98 atletas, de 13 modalidades, apenas atletas do judô, basquetebol em cadeira de rodas, tênis de mesa, esgrima em cadeira de rodas e futebol de cinco (para cegos) não desfilaram porque competem amanhã. Pela primeira vez os brasileiros contaram com uma transmissão ao vivo dos Jogos no País. Os atletas brasileiros José Afonso Medeiros, o "Caco", da natação, e Aurélio Guedes dos Santos, do atletismo, carregaram juntos a bandeira brasileira. Caco, em cadeira de rodas, levou o símbolo nacional, sendo conduzido por Aurélio, que é deficiente visual. Ambos foram escolhidos democraticamente pela delegação por causa da competência, credibilidade e carisma em suas carreiras. José Medeiros foi o primeiro homem da natação brasileira a ganhar uma medalha de ouro paraolímpica, em Atlanta, e Aurélio é o atual campeão mundial e parapan-americano na maratona para deficientes visuais. "Qualquer atleta ficaria honrado de levar a bandeira e não poderia ser diferente comigo", vibra o fundista. A poucos instantes do início do desfile brasileiro, a campeã e recordista mundial do atletismo, Ádria Santos, mostrou-se emocionada em sua quinta estréia paraolímpica: "É gratificante saber que vou correr no lugar onde os melhores já correram". O técnico nacional de natação, Gustavo Abrantes, não economizou palavras para destacar sua satisfação de estar num evento de tamanha grandiosidade. "Entrar para desfilar é o resultado do trabalho duro de vários anos do esporte paraolímpico do Brasil", afirma. O mesa-tenista Lucas Maciel, com sua irreverência e alegria de sempre, animou a torcida que se encontrava próxima da delegação. Além do Brasil, os países que tiveram as delegações mais aplaudidas pelo público foram o Iraque, Palestina, Turcomenistão e a própria Grécia. Com os cerca de quatro mil atletas ao redor do gramado, os presidentes do Comitê Paraolímpico Internacional-IPC, Phil Craven, e do ATHOC, Gianna Angelopoulos Daskalaki, convidaram o presidente grego, Konstantinos Stephanopoulos, para declarar o início dos Jogos Paraolímpicos de Atenas. Antes disso, em seu discurso, Gianna destacou que a Paraolimpíada é uma celebração global de força e beleza. Sobre os atletas, a presidente do ATHOC demonstrou admiração: "Vocês representam o melhor que há em nós mesmos". Ao contrário da abertura da Olimpíada, o principal espetáculo da cerimônia paraolímpica veio depois que todas as delegações desfilaram. O tema da apresentação denominada "A Jornada para o Sol" é a energia básica pela qual o homem se aproxima da força para a vida: a energia dos elementos universais, que são o magma (fogo), a água, a terra e o ar. Cerca de duas mil pessoas se mobilizaram para a realização desta performance. Um dos destaques da cerimônia de abertura foi a árvore de oliveira, representando uma humanidade sem fronteiras. Atletas com vários tipos de deficiência carregaram a bandeira do IPC por toda a pista. Para encerrar a festa com chave de ouro, a tocha paraolímpica surgiu iluminando o Estádio Olímpico. Vários atletas com deficiência dividiram o percurso da tocha. A chama percorreu toda a pista e acendeu a pira, que só se apagará no dia 28 de setembro, quando acaba a Paraolimpíada de Atenas. Amanhã, o Brasil estréia nos Jogos em cinco modalidades: basquetebol em cadeira de rodas, judô, esgrima em cadeira de rodas, tênis de mesa e futebol de 5 (para cegos).