Diversos | Terra | 29/09/2005 12h38

Brasileiro imbatível, Robert Scheidt consagra-se octacampeão

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Mais uma vez, Robert Scheidt comprovou sua superioridade diante de qualquer velejador de Laser do planeta e assegurou nesta quarta-feira o seu oitavo título mundial da modalidade. O brasileiro ficou em segundo na penúltima regata da competição e, como precisava apenas de um 23° lugar em uma das regatas do dia, não pode mais ser alcançado por nenhum adversário. O vencedor da prova foi o neozelandês Andrew Murdoch.
Medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996 e de Atenas-2004, líder do ranking mundial e eleito pela Federação Internacional de Vela (ISAF) o melhor velejador do mundo em 2001 e 2004, Scheidt soma agora 123 títulos na carreira, sendo 102 só na classe Laser. Ao cruzar a linha de chegada nesta quarta, ele foi rapidamente ao barco em que estavam seus pais, Fritz e Karin Scheidt, pegou a bandeira do Brasil e fez a festa. Foi cumprimentado por vários de seus adversários e pelas embarcações ao redor com um "buzinaço", vibrando de pé no barco e socando o ar.

"Tive muitos momentos especiais na minha carreira e esse é um deles. O título mundial no Brasil sempre foi um sonho. Desde que a competição foi confirmada, coloquei na cabeça que gostaria muito de ganhar", disse Scheidt, de 32 anos, que tem ainda dois títulos na classe Optimist, quatro na Snipe, seis na Star, um na Finn e oito de Oceano. Os outros sete títulos mundiais do brasileiro na Laser foram conquistados em Tenerife (Espanha-1995), Cidade do Cabo (África do Sul-1996), Algarrobo (Chile-1997), Cancún (México-2000), Cork (Irlanda-2001), Cape Cod (Estados Unidos-2002) e Bodrum (Turquia-2004).

"Com todo respeito aos meus adversários, o Mundial foi mais difícil em terra do que na água. Houve muita pressão externa, com cinco a seis pessoas me vendo montar o barco todos os dias. Precisei saber administrar a pressão e consegui. O resultado fala por si só", disse o campeão.

O Campeonato Mundial da classe Laser começou na quinta-feira passada, quando Scheidt ficou apenas na 17ª colocação na regata de abertura. Esse foi o pior resultado do velejador em toda a competição e acabou sendo utilizado como descarte na classificação final. Nas outras 11 regatas disputadas até terça-feira, o supercampeão venceu oito, ficou duas vezes em segundo e uma em terceiro.

"A raia de Fortaleza me beneficiou bastante. Treinei muito aqui e velejar com ventos de 15 a 18 nós e com ondas é minha condição favorita. Não estava muito bem preparado no primeiro semestre, mas atingi o pico no Mundial", comemorou.

Scheidt também creditou parte do seu sucesso aos adversários e às derrotas. "Devo muito o que consegui na minha carreira aos meus adversários, que me ensinaram bastante e me fizeram crescer. Foi assim com o Peter Tanscheit, que era meu ídolo e depois passou a ser o meu rival, e até com o britânico Ben Ainslie, que levou a melhor nos Jogos de Sydney".

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