Diversos | Campo Grande News | 20/03/2007 16h05

Atividades gratuitas são suspensas em dois parques do governo

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Campo Grande (MS) - Aulas de dança, ginástica, hidroginástica, pintura, teatro e computação foram suspensas pelo governo do Estado desde o começo do ano nos parques Jacques da Luz e Ayrton Senna - os dois maiores de Campo Grande. As atividades eram fornecidas gratuitamente à população.

Localizado no bairro Moreninha 3, o Parque Jacques da Luz possui 46 hectares, com três piscinas, sala de computação (com 15 computadores), a Casa da Terceira Idade, ginásio, espaço para caminhadas e o estádio Toca do Leão, que hoje recebe jogos da 2ª divisão do Campeonato Estadual.

Com exceção do estádio, do espaço para caminhada e do ginásio, o uso do parque está proibido. O abandono é geral. Lâmpadas dos postes de iluminação estão quebradas. Na Casa do Idoso, são os vidros das janelas que estão quebrados; geladeira e armários estão vazios.

João dos Reis Nascimento, de 67 anos, freqüentava as aulas de hidroginástica no parque. "Cada aula de hidroginástica, fora do parque, custa de R$ 30 a R$ 40. Sou aposentado, não tenho como pagar isso", conta. "Está um caos aqui".

Nascimento é um moradores mais antigos da Moreninha 3. Ele mora há 25 anos no bairro e explica a importância do espaço de lazer e cultura. "Não tem outro espaço de lazer aqui no bairro. Nem mesmo uma pracinha. É uma área de lazer necessitaria", afirmou.

A história não é muito diferente nos 33 hectares do Parque Ayrton Senna, no bairro Aerorancho. Lá estão suspensas as aulas de teatro e de curso de informática. E também não há médico para atestar a saúde e autorizar a entrada de quem quiser usar uma das três piscinas.

Continua liberado apenas o uso das quadras esportivas (salão, basquete e vôlei) e da piscina para quem for usuário antigo do parque (tiver carteirinha, mesmo que vencida) e conseguir atestado recente com outro médico.

Márcio Rodrigues Tenório Cavalcante, de 17 anos, mora em frente ao parque, onde fazia aulas de teatro. "As atividades fazem falta. Tem criança que não tinha o que fazer e encontrava uma boa ocupação", disse. "Agora, só dá para jogar bola e fazer caminhada".

Josefa Maria da Silva, de 52 anos, fazia aulas de dança. "Era muito bom e está fazendo falta. Faz falta porque a gente não pode pagar", explica. Outra vizinha do parque, Eledina Silvéria Brasil procurou uma médica particular para poder usar a piscina e só reclama de uma coisa: "tem vezes que o mato está maior do que eu".

Outro lado - O governador André Puccinelli informou na sexta-feira que discutiria a municipalização dos parques com o prefeito da Capital, Nelson Trad Filho. A reportagem não conseguiu informações sobre o problema com a assessoria do governo.

Texto: Paulo Fernandes, Campo Grande News.

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