Copa do Mundo | UOL | 30/09/2008 13h24

Brasil troca sonhos por viabilidade em projeto para a Copa

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Rio de Janeiro (RJ) - Quando a candidatura brasileira ao posto de sede da Copa do Mundo de 2014 ainda era apenas um projeto, muito se falou sobre o quanto a competição contribuiria para mudar a estrutura esportiva do país. A projeção ganhou respaldo por uma série de projetos de novas arenas e obras adjacentes. Os sonhos de estruturas criadas a partir do zero, porém, foram substituídos por uma palavra: viabilidade.

Entre as 18 candidaturas para 2014, apenas quatro trabalham com estádios inteiramente novos: Rio Branco, Cuiabá, Recife/Olinda e Maceió. Além disso, Brasília vai criar um novo Mané Garrincha e Porto Alegre se divide entre reformar o Beira-Rio ou apostar na Arena Grêmio, que ainda não saiu do papel.

As outras candidaturas apostam em reformas na atual estrutura, independentemente do grau de intervenção necessário. O caso mais extremo é o de Salvador, que fará obras na Fonte Nova, estádio que teve um desmoronamento de parte da arquibancada superior no ano passado.

"A Copa vai ser construída com detalhamento, competência e apuro técnico. Estamos nos esforçando muito para isso, com olhos para o futuro e para o pós-Copa. Precisamos pensar em alternativas que sejam viáveis, que nos proporcionem sustentabilidade e que tenham uso depois da competição", avisou Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol e do comitê organizador.

A cobrança de Teixeira revela um temor relacionado à Copa de 2014: o aparecimento de "elefantes brancos", terminologia utilizada para designar obras feitas para um evento, mas sem utilidade futura. "A maioria dos nossos estádios foi construída com um ideal diferente do que a Fifa prega atualmente, que é a questão das arenas multiuso. Temos de trabalhar em busca dessa autonomia e de um conforto para todos os envolvidos no espetáculo", disse Simão Pedro Martins Bastos, secretário de Esporte, Juventude e Lazer de Belém (PA).

Com base nessa perspectiva, até mesmo as cidades que apresentaram projetos para novos estádios basearam suas apostas na capacidade de gerir e potencializar os recursos empregados nessa empreitada. "Apesar de as duas arenas de Porto Alegre serem patrimônio privado, zelamos muito pela responsabilidade com os investimentos. Tudo foi feito com a idéia de viabilidade para o futuro", ratificou Ricardo Gothe, secretário de Planejamento Municipal de Porto Alegre.

A lista de cidades dispostas a reformar seus estádios ainda poderia ter mais um representante. Maceió apresentou ao comitê organizador e à Fifa a idéia de uma nova arena, mas apenas porque ouviu da CBF que seria impossível reformar o Rei Pelé.

As candidaturas de Manaus, Belém, Campo Grande, Goiânia, Fortaleza, Natal, Salvador, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte apostam em obras em estádios que já estão em funcionamento.

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