Coluna | Da redação | 05/04/2006 17h45

Falta de parcerias: de quem é a culpa? Qual seria a solução?

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Quando se fala em esporte de alto-rendimento, automaticamente pensa-se em uma palavra: parceria. Sem ela, clubes, federações, entidades e principalmente atletas, não conseguem sobreviver com a prática de sua respectiva modalidade e são obrigados a buscarem outros meios de subsistência, perdendo o foco no mais importante: o esporte.

A dupla feminina de vôlei de praia, Rozy e Mazé, não conseguiu dinheiro suficiente para participar de todas as etapas do Circuito Banco do Brasil, mesmo destacando-se no cenário nacional. Já a judoca Natascha Duarte, andou pelas ruas de Três Lagoas em busca de incentivo monetário para participar do US Open de Judô.

No futebol, o goleiro nova-andradinense Marcelo Moretto, em destaque atualmente no time português Benfica, jogou até os 16 anos no Estado e emigrou para outros centros esportivos do Brasil. Tudo porquê não teria chance de se destacar e sobreviver do futebol ficando no MS.

Não é de hoje que vemos promissores atletas desistindo de sua carreira ou indo embora de nosso Estado por esta falta de incentivo e apoio. Mesmo os projetos como o FIE (Fundo de Investimento ao Esporte) e o FAE (Fundo de Apoio ao Esporte) não atendem a toda a demanda da população, e para cobrir este "excesso" seria necessário um programa mais desenvlvido de patrocíno no desporto estadual.

Até quando veremos cenas como esta? Parece que Mato Grosso do Sul ainda vive no amadorismo. São poucos os que conseguem estampar em seus uniformes variadas marcas de parceiros e viver fazendo o que gostam: praticando seu esporte.

O Esporte Ágil promoveu uma enquete em nosso site sobre o assunto voltado para o futebol. Para 51,5% das pessoas, essa incômoda situação se deve a má administração dos clubes pelos seus dirigentes, que não geram confiabilidade para se investir nos mesmos.

Para 21,7% dos internautas, isso se dá pela falta de visibilidade que os clubes do Estado possuem na mídia, não gerando retorno imediato. Já para 17,3%, isso ocorre por culpa dos próprios investidores, que querem um retorno a curto prazo e não entendem que somente a médio ou a longo prazo se obterá lucro com os clubes.

Outros 9,5% citaram outros motivos. Um dos participantes da enquete, Oscar Rangel Ayala, demonstrou uma possível solução para o caso. "Amigos do Esporte Ágil, a melhor solução para as empresas serem parceiras do futebol e demais modalidades, está engavetada no Congresso Nacional. É a Lei do Incentivo Fiscal para o Esporte, aonde as empresas descontam no imposto de renda o gasto da parceria com as associações esportivas", disse.

Muitos culpam os dirigentes e os governantes, mas poucos adimitem que também somos culpados. O torcedor deveria prestigiar mais os eventos, assim, com mais visibilidade, os patrocinadores veriam que o esporte pode gerar retorno. Para que patrocinar uma equipe ou atleta que atrai 20 pessoas em um local? É inviável. Nós, da mídia, ambém somos culpados. Deveriamos dar mais espaço para quem apoia, e muitas vezes não damos.

Talvez todos sejamos culpados. A solução pode começar por qualquer um, a qualquer momento, mas deve começar urgentemente. Por isso, você, seja patrocinador, torcedor, admirador, dirigente ou governante, apenas acredite e faça algo pelo esporte.

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