Boxe | Da redação | 28/08/2018 08h01

Promessa do boxe, colombiana de 20 anos se prepara para primeiro desafio da carreira

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Tida como uma promessa na Academia 1º Round, uma das mais tradicionais do boxe sul-mato-grossense, a colombiana Kariny Hernandes se prepara para seu primeiro desafio: vai enfrentar, no dia 15 de setembro, a jovem Emilly Laura Vieira dos Santos, da Equipe Pugillus. A luta será uma das preliminares que acontecem durante a disputa do título brasileiro do CNB (Conselho Nacional de Boxe), no Rádio Clube Campo, em Campo Grande, evento que contará com a presença do tetracampeão mundial Acelino "Popó" Freitas.

Aos 20 anos, a jovem deixou família na Colômbia há quatro meses para realizar seu maior sonho: tornar-se uma pugilista. Ela treina seis horas por dia na Academia 1º Round, do professor Tião, e já é vista como uma das apostas da equipe.

“Eu dou aulas para alguns atletas de fora do Brasil, e alguém indicou a academia a ela. Ela queria fazer umas aulas e competir, então aceitei. Demos um local para ela ficar e iniciamos os treinamentos. Acho que ela tem um potencial muito grande. Eu estava meio parado com competição, mas abri uma exceção para ela”, afirmou o técnico.

“Ela tem um potencial muito grande, é dedicada, mora na academia e está treinando bem. Estamos fazendo o possível para que ela se saia muito bem. Como lá [na Colômbia] a família não tem condições, estamos dando apoio para ela realizar esse sonho. É uma pessoa que merece. Ela quer permanecer por aqui”, continuou.

Peregrinação e dificuldades - Karina chegou a Campo Grande no mês de abril, porém, não sem antes passar por uma verdadeira peregrinação. Sem dinheiro para fazer a viagem direta, ela passou oito meses na estrada.

“Alguns amigos do jiu-jitsu me disseram que as oportunidades oferecidas aqui no Brasil eram melhores. Na Colômbia, temos a noção de que é verdade. Então, decidi deixar meu País com o que eu juntei. Minha viagem durou quase oito meses, passando pelo Equador, Peru e Bolívia, já que não tinha o suficiente para fazer a viagem direta”, lembra, ainda mostrando certa dificuldade com o idioma.

Para chegar até Campo Grande, ela lembra que vendia doces nas ruas. “No começo foi difícil para mim ter que vender doces pequenos para sustentar a viagem. Depois de um tempo, tornou-se minha rotina e meu trabalho diário para me sustentar. Eu suponho que quando cruzei a fronteira, a língua se tornou minha grande barreira, já que eu não conseguia vender meus doces”, continua.

E, para conseguir se adaptar a uma nova cultura, ela contou com a ajuda importante do professor Tião. “Minha adaptação aqui no Brasil foi excelente, pois um amigo me contou que conhecia o Tião. Marcamos um treino para que ele visse o meu talento e, graças a Deus, com a força que ele me deu, deu tudo certo”.

Agora, com sua grande chance na carreira, a expectativa é a melhor possível para o combate do dia 15. “Graças a disciplina que o professor Tião implantou todos os dias na minha performance, acredito no meu trabalho. Acho que essa luta que ele ganhou pela minha estreia é a oportunidade que qualquer atleta espera. Minha preparação está sendo forte e espero dar tudo para dar um bom show. Mostrar e deixar claro para o meu professor que o que ele tem é madeira para moldar. Eu quero dar tudo de mim para representar minha academia no nível estadual”, finalizou.

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