Bate-Bola | Rosália Silva | 28/04/2005 17h03

Jean Nunes fala sobre a Federação de Lutas Associadas

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Bate-Bola com Jean Richard Nunes, 30 anos

O presidente da Felams (Federação de Lutas Associadas de MS), Jean Richard Nunes, 30 anos, é o entrevistado desta semana no Esporte Ágil. Ele, que é natural de Manaus (AM) e está em Campo Grande desde de 2000, fala sobre os projetos da Federação no Estado, onde veio com a intenção de trabalhar e desenvolver a luta.

No Bate-Bola ele fala das medalhas conquistas no Pan-Americano e o avanço que a modalidade alcançou nos últimos cinco anos no País e em Mato Grosso do Sul.

Nunes fala também dos planos para Mato Grosso do Sul sediar uma competição nacional, em que o objetivo é trazer lutadores conhecidos nacionalmente e com isso incentivar o crescimento da modalidade no Estado, motivando os atletas praticantes da luta olímpica e greco-romana.

Formado em Letras e Educação Física, Nunes conta nesta entrevista que uma das novidades será a realização no dia 15 de maio da Copa Pantanal de Beach Wrestling, em Campo Grande. Outro plano da Felams é implantar entre junho e dezembro de três a quatro escolinhas em Campo Grande e mais uma ou duas em cidades do interior.

Preocupado com uma concentração de esforços apenas visando o Pan-Americano no Rio de Janeiro em 2007, e não um trabalho de continuidade. 


Esporte Ágil - Quantas pessoas hoje estão associadas a Felams?
Jean Nunes - Entre adultos e o pessoal que está competindo umas 120 pessoas, mas isso sem contar as crianças. Temos alguns projetos, aí com as crianças chegamos a trezentas pessoas ligadas a modalidade.

Esporte Ágil - Isso em clubes e academias?
Jean Nunes - Em especifico, temos um trabalho de base com associações. Na realidade não dependemos muito disso, não foi de cima para baixo. Nós organizamos, montamos e encaminhamos os projetos para áreas que achamos ser mais populosas.

Esporte Ágil - Estes projetos são aqui em Campo Grande?
Jean Nunes - Sim, e temos negociação com Corumbá, Coxim e Ponta Porã.

Esporte Ágil - A Federação existe há quanto tempo?
Jean Nunes - Eu vim para Campo Grande em 2000, já para trabalhar. Foi um momento que a Confederação Brasileira se reestruturou e ela basicamente tinha como meta a prática do esporte, como a luta olímpica que é superconhecida no mundo inteiro, mas aqui tinha poucos praticantes. Eu vim para Campo Grande com a autorização do presidente da Confederação, que na época era o saudoso professor Pedro Gama Filho, dono da Universidade no Rio. Desde 2001 implantamos efetivamente alguns projetos, o mais conhecido deles foi dentro da Universidade Federal de Mato Grosso de Sul e a Federação se constituiu em 2003.

Esporte Ágil - E quais os resultados que vocês pretendem alcançar?
Jean Nunes - Acredito que estamos percorrendo o caminho correto. Durante este tempo a gente tem procurado trabalhar com qualidade. Pelo nosso pouco tempo tem dado resultados, em campeonatos fora do Estado. Temos trabalhado a luta, o esporte em si, de uma outra maneira, as formas que fazemos o campeonato, que temos trabalhado com as comunidades. Tivemos um campeão brasileiro no ano passado, sempre nas categorias de base. Também em 2004 fui eleito técnico da Seleção Brasileira Júnior, pelo trabalho que vínhamos realizando no Estado e na Capital. Como técnico da Seleção Brasileira trouxemos duas medalhas do Pan-Americano de Maracaibo, na Venezuela. Uma no estilo livre e a outra na greco-romana. Foi uma participação muito vitoriosa, tanto que depois disso participamos do desafio Sul-Americano, no Rio de Janeiro, a intenção era ter apenas atletas adultos e acabamos encaixando alguns atletas juniores e conseguimos medalhas. Fomos para a Copa Internacional em São Paulo e trouxemos medalhas também.

Esporte Ágil - Mas qual é o objetivo final, onde vocês querem chegar?
Jean Nunes - Acima de tudo, eu compartilho essa idéia com a Confederação, que é de ampliar a prática da luta, mas não como as pessoas estão acostumadas, queremos que isso faça parte da vida delas. E deixar bem claro a responsabilidade social da Federação, sem ser ingênuo também, porque algumas pessoas acreditam que o esporte irá resolver um problema da sociedade que é das crianças que estão no meio da rua. É um equivoco. O esporte é uma grande ferramenta, algo que ajuda, mas não é só isso. Queremos que as pessoas pratiquem e sintam prazer com isto. Para que lá na frente, independentemente de ser um atleta vencedor ou não, um médico, advogado, professor de Educação Física, mas que ele tenha tido prazer com o esporte, para ele lembrar como um esporte legal que ele praticou e trouxe coisas boas para ele. Agora a Confederação criou um Beach Wrestleling, uma modalidade totalmente inovadora. Uma modalidade que não é olímpica e tem o intuito de ser agradável. Tem outras questões a ser seguidas, como a democratização da luta, poder ser praticado na África, no Brasil democraticamente, em espaços simples e com o enfoque da natureza, do eco-turismo. Levar a pratica da modalidade para um local legal. Sem conotação de que tem que ganhar, como no esporte de rendimento.

Esporte Ágil - E quais a próximas atividades da Federação?
Jean Nunes - Em maio vamos ter algumas participações no Campeonato Brasileiro Júnior, em que vamos levar uma delegação para o Rio e esperando desta vez ter um bi-campeonato, fazer outros campeões. E vamos realizar em maio a 1a Copa Pantanal de Beach Wresteling, as feras reunidas nas areias, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Nós estivemos duas vezes no Rio de Janeiro, nos campeonatos da Barra da Tijuca, fomos para ver a estrutura da competição.

Esporte Ágil - Vocês também estão tentando trazer para cá uma competição nacional?
Jean Nunes - O presidente da Confederação, o Pedro Gama Filho, o filho do professor Pedro, veio a Campo Grande conhecer o nosso trabalho e pretendemos fazer em agosto o Campeonato Nacional, trazer para cá a primeira edição do evento. Fizemos uma reunião com o Firmo, diretor da Sejel, foi uma conversa bastante proveitosa e esperamos trazer para Campo Grande o campeonato que vai divulgar o Estado, num local bem central. Vamos trazer as pessoas de renome, como o Antônio Jaoude que é o nosso representante olímpico, a Juliana, o Zulu do Big Brother, que já está voltando às competições e foi Campeão Brasileiro em Vitória (ES). A luta tem crescido bastante, essa nova Confederação, que assumiu em 2000, ainda precisa melhorar, mas na verdade politicamente nas décadas de 80 e 90 o esporte ficou paralisado, o que não podemos deixar acontecer novamente.

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