Bate-Bola | Osvaldo Sato/Da redação | 04/06/2008 13h02

Bate-bola: Sebastião Aparecido Ferreira

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Tião e sua esposa, que também é atleta do boxe, em sua academia na Vila Planalto. Tião e sua esposa, que também é atleta do boxe, em sua academia na Vila Planalto. (Foto: Osvaldo Sato/Esporte Ágil)

Tião

O professor de boxe Sebastião Aparecido Ferreira, de 43 anos, é um dos principais nomes da modalidade no Estado. Nascido em Três Lagoas, veio para Campo Grande quando criança, vindo a conhecer o boxe aos 16 anos. Depois disso, nunca mais deixou o esporte, tendo 28 anos como treinador. Em seu currículo, todos os títulos possíveis em nível estadual, além de várias outras conquistas, como títulos no Centro-Oeste de Boxe e, recentemente, a profissionalização do primeiro atleta de MS, Agnaldo Maia. Em entrevista ao Esporte Ágil, ele falou sobre o boxe em Mato Grosso do Sul, suas experiências na modalidade, sua academia e os principais atletas que vem treinando.

Esporte Ágil - Como você conhece o boxe?
Sebastião Aparecido Ribeiro -
Sempre fui adepto do esporte, fui jogador do Operário nas categorias de base, fiz taekwondo, natação. Comecei a praticar boxe quando tinha 16 anos. Há 28 anos sou treinador de boxe e há 10 anos empresário da Academia Primeiro Round. Pretendo seguir no boxe até os 100 anos, se for possível.

Esporte Ágil - Quais os atletas de destaque na academia?
Tião -
A Academia Primeiro Round conquistou, graças a Deus, no ano passado, todos os títulos, desde o estreante, estadual,até o Centro-Oeste. Neste ano, já vencemos a Copa PH Estreante e o Campeonato Metropolitano. Um de nossos atletas de destaque é o Agnaldo Maia, que fez no dia 17 de maio, sua primeira luta profissional, em São Vicente, quando ele perdeu por 40 a 36, em um combate de alto nível técnico, por pouco não trouxe a vitória. Temos o William Santos, atleta de alto nível, campeão metropolitano, estadual, bi-campeão do Centro-Oeste, para ele falta apenas o título brasileiro.

Esporte Ágil - O Agnaldo Maia é o primeiro atleta profissional do boxe de MS. Porquê demorou tanto para MS ter uma atleta profissional de boxe?
Tião -
Muitos atletas param por falta de competitividade, outros por falta de apoio, outros por causa dos estudos e do trabalho, que tiram tempo do treinamento. O incentivo vem da casa, e eu procuro dar o maior incentivo para meus atletas, onde tenho entre 12 e 15 atletas de competição, ótimos atletas como também o Rogerinho, William, Agnaldo, Gonçalo, que retornou para cá. Em nossa academia, nós fazemos os atletas, desde o início até onde pudermos, e incentivamos estes atletas para que nunca parem, nunca desistam do boxe.

Esporte Ágil - O Gleison "Mamute" Abreu está mostrando a força do boxe de MS?
Tião -
Exatamente, o Mamute treinou aqui na academia por muito tempo, ele ainda vem aqui fazer "luvas". Outro atleta que tiveram destaque, e passaram aqui pela academia, foram o Eduardo Maiorino, o Rogério Albano, o Vande Lopes. Hoje, o Mamute está no topo, mas se tempos atrás, o Maiorino tivesse investido no boxe, como eu sugeri, ele também estaria no topo do boxe brasileiro. Atualmente, é a história do Mamute que é inspiração para todos os atletas.

Esporte Ágil - Como é o "boxe executivo" praticado aqui na academia?
Tião -
90% dos meus alunos são do boxe executivo e 10 % de competição. Dos alunos do executivo, 70% são mulheres, pois o boxe executivo traz flexibilidade, coordenação motora, resistência, agilidade, postura, condicionamento físico, emagrecimento, enrijecimento e auto-defesa.

Esporte Ágil - O número de competições de boxe em MS tem aumentado?
Tião -
Temos muitas competições, pois o jornalista e radialista Marcelo Nunes, presidente da Federação, corre atrás, dedica seu tempo para organizar os eventos. Ele vai atrás de patrocínios, dos dirigentes do setor esportivo, abrindo as portas para o boxe do Estado. Hoje, o boxe está em um bom nível, e o trabalho da federação é muito importante para isso. Porém, percebo que estamos perdendo parte do nosso espaço para outras modalidades de luta.

Esporte Ágil - Falta incentivo e apoio do poder público ao esporte?
Tião -
Este incentivo ainda é muito pequeno. No boxe, por exemplo, tenho certeza que muitos atletas poderiam fazer bonito em nível nacional, mas ainda não se destacam por falta de apoio e patrocínio.

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