Bate-Bola | Vitor Yoshihara/Da redação | 12/01/2009 16h09

Bate-bola: Omar Olvair Dorigan

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Omar foi um dos homenageados no Prêmio de Incentivo ao Esporte Escolar. Omar foi um dos homenageados no Prêmio de Incentivo ao Esporte Escolar. (Foto: Foto: Vitor Yoshihara/Esporte Ágil)

Omar Dorigan

Coordenador do Projeto Voleibol do Futuro, Omar Olvair Dorigan viu em 2008 os frutos que plantou desde 1999, ano em que chegou ao município de Brasilândia. No ano passado, as equipes oriundas do projeto liderado pelo técnico de 44 anos se destacaram nos Jogos Escolares de Mato Grosso do Sul, conquistando o bronze no naipe feminino e o ouro no masculino. Primeiro lugar este que garantiu uma vaga nas Olimpíadas Escolares para atletas de 12 a 14 anos, em Poços de Caldas (MG), onde o time da Escola Estadual Adilson Alves da Silva representou Mato Grosso do Sul e terminou com o vice-campeonato, perdendo apenas na decisão do torneio para o forte Rio de Janeiro. Graças a essas conquistas, Omar foi um dos homenageados no Prêmio de Incentivo ao Esporte Escolar, dado pela Fundesporte no último dia 25 de novembro.

Esporte Ágil - Quando e como começou seu envolvimento com o voleibol?
Omar Olvair Dorigan -
O meu envolvimento com o voleibol desde os tempos que eu jogava, no ano em que eu fui atleta. Comecei a jogar quando eu tinha 11 anos e de lá pra cá eu respiro voleibol, amo voleibol. A gente passa muito de educação, de postura na sociedade, de comportamento para nossos alunos. Isso faz com que eu seja bastante satisfeito com a profissão. Comecei a treinar voleibol ainda quando eu fazia a faculdade, treinava de graça, sem ganhar nada, fazia pelo prazer. Isso iniciou no segundo ano de faculdade. Depois que me formei continuei sendo treinador de voleibol, sou professor, trabalho com aulas no Estado, mas nunca abandonei a modalidade. Voleibol é o que me dá força, me dá gás, me dá incentivo para que leve minha profissão mais a sério e para que eu tenha mais realização própria.

Esporte Ágil - Como você chegou em Brasilândia?
Omar Olvair Dorigan -
Sou do interior do Estado de São Paulo, sou de Adamantina, sou nascido e criado lá. Sou formado em Presidente Prudente e naquele tempo para gente trabalhar no interior paulista você tinha que passar num concurso, e era difícil. As ofertas de concurso naquele tempo demoravam bastante. Aí como eu vi uma possibilidade escassa, eu percebi que se eu ficasse ali eu só ia dar aula de substituição. Vim para Mato Grosso do Sul, para Ponta Porá, já que não sabia que tinha vagas aqui na proximidade do interior de São Paulo, e fui me aproximando da minha cidade natal, que era Adamantina. Passei por Laguna Carapã e cheguei em Brasilândia.

Esporte Ágil - Por ser um Estado novo, Mato Grosso do Sul demorou para evoluir no esporte. Como você avalia o atual momento do voleibol sul-mato-grossense?
Omar Olvair Dorigan -
Olha, o voleibol, principalmente nesse ano [2008] teve uma evolução muito grande. O Estado do Mato Grosso do Sul conseguiu várias façanhas que até então não vinha conseguindo. Eu por exemplo, já que você está me entrevistando [risos], sou um caso disso. Sou de Brasilândia, uma cidade com 11 ou 12 mil habitantes, sendo 50% dessa população morando no sítio, e nós ficamos em segundo lugar do Brasil [nas Olimpíadas Escolares Brasileiras para atletas de 12 a 14 anos, em Poços de Caldas]. Disputamos a final da competição com o Rio de Janeiro, uma cidade que tem clubes, escolas particulares, enquanto que a nossa realidade hoje, numa cidadezinha pequena, é bem diferente. Agora eu acredito que o Mato Grosso do Sul está evoluindo em termos de voleibol.

Esporte Ágil - Você acha que isso pode culminar com a participação numa Superliga Nacional?
Omar Olvair Dorigan -
Lógico, tranqüilamente. A partir do momento que nós começamos a fazer um trabalho bom de base aqui embaixo, tem tudo para que lá em cima chegue bons atletas. Só que é necessário sempre ter bons incentivos, como por exemplo esse evento, que vem gratificar o professor que trabalhou. Eu me sinto honrado de estar aqui hoje, representante da minha pequena e querida Brasilândia. Eu estou vindo aqui representar pouca gente, mas que alcançou resultados expressivos. Estou hoje [25 de novembro de 2008] aqui sendo homenageado [no Prêmio de Incentivo ao Esporte Escolar] por isso, e isso faz com que meu ego cresça mais e eu tenha muito mais vontade de trabalhar do que normalmente eu tenho.

Esporte Ágil - Você acha que com essas conquistas recentes, Brasilândia pode virar um novo pólo no vôlei do Mato Grosso do Sul?
Omar Olvair Dorigan
- Nós estamos vivendo lá em Brasilândia uma excelente administração. Agora vem o fator político. A administração do [prefeito] Dr. Antônio de Pádua Thiago, que não posso deixar de citar o nome dele, porque ele é um dos principais personagens que tem incentivado o nosso voleibol. Isso também é nada mais nada menos a credibilidade que ele depositou em nós. Se ele não tivesse depositado essa credibilidade no trabalho eu nunca chegaria aqui, nunca estaria aqui. Até achei, com relação a esse evento, que eles deveriam dar uma explanada para ver de onde realmente o apoio do esporte se encontra, porque em determinadas cidades o apoio do esporte não está somente na escola, como é o meu caso. O apoio da escola é pouco, mas a ajuda da prefeitura é maciça e incentivadora. À medida que nós tivermos governantes e prefeitos, por exemplo, incentivando esportes dentro de seus municípios, botando fé nos seus profissionais, eu acho que tem tudo para dar certo.

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