Bate-Bola | Pedro Nogueira/Da Redação | 29/04/2013 11h13

Bate-bola: Marcos Cristaldo

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Marcos Cristaldo

Marcos Cristaldo, 46, praticou judô dos 9 aos 25 anos, chegando até a fazer parte da seleção do estado. Optou pela profissão de engenheiro civil e em março deste ano recebeu convite para assumir a Federação de Judô de Mato Grosso do Sul (FJMS) e aceitou.

Com a meta de profissionalizar o esporte e de tentar criar um centro de treinamento para judocas em Campo Grande, Cristaldo espera poder pagar “dívida” que tem com o judô nos seus quatro anos de gestão.
 
Esporte Ágil – Você assume a federação após oito anos de gestão do César Paschoal e em um excelente momento do judô sul-mato-grossense. É um desafio tentar aumentar esse patamar?

Marcos Cristaldo – Realmente é um desafio pegar a federação no nível de qualidade em que ela está. O César Paschoal é meu vice-presidente e ele está me dando todo apoio necessário, assim como os diretores técnicos Marcos Aguilera e Marcelo Matos. A meta da gestão nestes quatro anos é de profissionalizar, organizar e estruturar o judô no estado. Queremos criar um centro de excelência para os judocas treinarem. Esse é o principal objetivo.

EA – Centro de excelência?

MC – É, um centro de treinamento com dormitórios, nutricionistas, aparelhos de ginástica, professores, que possa abrigar os atletas de todas as 27 academias de judô do estado, que concentre os atletas e consolide o judô sul-mato-grossense. Um atleta do interior quando vem para a capital tem que ficar em hotel, os pais têm que bancar. Queremos que o atleta do interior tenha onde se instalar. E o centro servirá também para reunir os atletas de alto desempenho para treinarem forte e chegarem a nível de seleção. Estamos elaborando um projeto para pedir apoio do governo.

EA – E como é a relação com os políticos?

MC – Temos o vereador professor João Rocha que faz parte da Confederação Brasileira de Judô e o deputado Mário Fernandes, que também era judoca. Com esses dois fica mais fácil de fazer contato com os governantes. Mas antes disso, o projeto tem que estar bem elaborado.

EA – O poder público tem apoiado o judô?

MC – A Funesp apóia os eventos que acontecem no Guanandizão e a Fundesporte cedeu os ônibus para a gente viajar para Goiás e disputar o Brasileiro Regional, que vencemos pela sexta vez consecutiva. Fomos a maior delegação da competição, com 115 atletas e 11 técnicos e conquistamos 86 medalhas. É um número expressivo, prova da união do judô de Mato Grosso do Sul, mostra envolvimento e isso é um tremendo diferencial.

EA – E que trabalho tem que ser feito para manter este envolvimento?

MC – A federação tem que fortalecer o esporte, a estrutura, conseguir patrocínios para alavancar o judô e que consigamos dar continuidade nos bons resultados. Quero unir os pais e professores em torno deste objetivo, já fizemos isso com o almoço beneficente que foi bem legal. A federação não existe sem as academias. Os professores estão sempre em contato com a Confederação Brasileira fazendo cursos, treinamentos, vendo as regras novas, para estarmos sempre atualizados.

EA – O judô sul-mato-grossense já figura entre os melhores do país, dá para buscar vôos mais altos?

MC – Temos um projeto audacioso que calcula que, se seguirmos neste ritmo, daqui a dez anos Campo Grande será a capital brasileira do judô. Para isto temos que seguir um forte trabalho de base, ter demanda de atleta.

EA – Mato Grosso do Sul tem nove atletas na seleção das categorias de base. Há esperança que eles disputem as Olimpíadas 2016 no Rio de Janeiro?

MC -  Os nove convocados estão trabalhando intensamente e sendo preparados, focados nisto. Falando em números, acredito que pelo menos cinco estarão nas Olimpíadas.E toda a federação, os técnicos, academias vibram com cada convocação destes atletas para intercâmbios internacionais, que são importantíssimos para o crescimento dos atletas.

EA – A imprensa tem dado atenção ao judô?

MC - A imprensa tem feito papel importante. O judô por obter resultados importantes chama a atenção da imprensa, que é o único mecanismo de difundir o esporte. Tanto que assim que assumimos a federação sentimos a necessidade de ter uma assessora de imprensa.  Jornalista abre portas, divulga o que está sendo feito e democratiza a informação, porque às vezes um professor do interior não sabe quem foi convocado para tal competição no estado.  E todos esses fatores e essa cobertura da imprensa motivam o esporte e os judocas.

EA – O que é judô para você?

MC – Judô é para sempre, é vida. Depois que você deixa de ser atleta, passa a fase de competir, mas fica aquele espírito de ajuda, de cooperativismo. Judô forma cidadãos, trabalhadores, pessoas honestas, dá disciplina e organização. E o judô sul-mato-grossense expandiu muito, cresceu muito. É uma construção de longa data. A federação existe há trinta e três anos. Mas vinte anos antes disso, houve um grande trabalho da colônia japonesa, do professor João Shimabukuro, do Roberto, foram responsáveis por difundir o esporte no estado.

Todo esse momento que o judô sul-mato-grossense vive é fruto da seriedade da FJMS ao longo dos anos. Deste patamar só quero subir alguns degraus, necessitamos do espaço de excelência para poder sediar grandes eventos, ter mais este instrumento e divulgar ainda mais o esporte.

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