Bate-Bola | Da redação | 05/10/2009 12h46

Bate-Bola: Marco Antônio Tavares

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Marco Tavares

Formado em Educação Física pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Marco Antonio Tavares é vice-presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul e presidente da Federação Sul-mato-grossense de Tênis de Mesa. Para ele, o acúmulo de funções não prejudica seu trabalho.

No Bate-Bola, fala sobre os planos da Federação de Tênis de Mesa para os próximos meses e critica o setor privado pela falta de apoio, que "que acha que dar um jogo de camisa é patrocinar".

Esporte Ágil - Como surgiu seu interesse pelos esportes?
Marco Tavares - Meu interesse foi que desde pequeno eu pratiquei esportes, joguei futebol e handebol, muito tempo. Sou professor de Educação Física, formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, daí vem o interesse numa forma geral. Que eu pratico mesmo hoje em dia na verdade é só uma corridinha, duas vezes por semana. Como atleta não pratico nada.

Esporte Ágil - Mas tênis de mesa e futebol você chegou a praticar em competições?
Marco Tavares - Futebol eu joguei. Tênis de mesa praticamente todo guri jogou. Na verdade a gente joga ping-pong. Tênis de mesa em competição mesmo eu nunca joguei, mas sempre bati bola. Em casa tinha mesa, na escola a gente ensina para as crianças... Então sempre tive essas atividades de uma forma geral.

Esporte Ágil - Você como presidente da Federação de Tênis de Mesa de MS, como avalia a atual situação da modalidade?
Marco Tavares - Na verdade a gente poderia estar um pouco melhor. Algumas coisas tem que ser analisadas. Por exemplo, quando nós fundamos a federação, Mato Grosso do Sul nem figurava como um dos grandes centros de tênis de mesa. Hoje, com exceção de São Paulo, Paraná e Minas Gerais, o MS talvez seja a quarta força no Brasil na modalidade. Agora nós viemos de uma Olimpíada Escolar, na qual de oito medalhas de ouro disputada nós faturamos quatro. Isso demonstra que temos um potencial muito grande no tênis de mesa. Então, nesses oito anos que nós estamos aqui criando e executando esse trabalho, acho que nós tivemos uma produção muito rápida no período de tempo. Obviamente que poderíamos estar mais longe, mas sem recurso a gente não consegue fazer esporte de alto rendimento. Na verdade o que fazemos aqui é um esporte competitivo.

Esporte Ágil - Estar em duas federações não sobrecarrega?
Marco Tavares
- Na verdade são atividades distintas. A gente não tem muita atividade em nenhuma e em outra. Teoricamente seriam dois trabalhos diferenciados, mas a gente consegue conciliar sem problema nenhum, apesar do futebol tomar a maior parte do meu tempo, até porque minha função na Federação de Futebol, além de vice-presidente, é comandar todas as competições. Isso leva tempo, mas aqui temos uma equipe que trabalha com a gente, então isso preocupa e nem atrapalha o trabalho nas duas federações.

Esporte Ágil - Você falou da falta de recursos do tênis de mesa. Em sua opinião, isso é culpa do poder público ou privado?
Marco Tavares - Eu acho que dos dois. O poder público tem uma função mais social do que de investimento, e isso eu acho até que o Governo do Estado faz e a Prefeitura Municipal não faz. Na verdade o percentual de investimento da Prefeitura no esporte é quase zero, condicionada a necessidade de Campo Grande. O Governo, através do FIE, tem um investimento restrito. O problema nosso é a iniciativa privada. Nós temos ainda uma visão muito arcaica por parte dos donos de empresa, do gestor, que acham que dar um jogo de camisa é patrocinar, e não é isso. Quando você fala em patrocinar um atleta, você tem que sustentar ele em todas as suas necessidades, ou seja, as viagens, o pagamento de um bom técnico, a possibilidade que ele possa participar de competições de nível para que ele possa melhorar seu jogo... Então tudo isso requer investimento alto, não é barato. Tanto é que o Brasil, mesmo com todos os investimentos, sediando o Pan, o voleibol com o público que tem, o judô com as atividades que tem, nós não conseguimos ser uma potência olímpica nem de perto. Esse investimento ainda é muito restrito.

Esporte Ágil - Seria essa uma das causas do tênis de mesa ser praticado nas escolas ao invés de profissionalmente?
Marco Tavares
- Isso talvez seja uma condição. Hoje no Estado nós temos apenas três clubes, o que é muito pouco num Estado com 77 municípios. O que vem a completá-los? São as escolas que nós abrimos as competições para que participem, como o Hércules Maymone, Mace, Dom Bosco, escolas de Maracaju, Ponta Porã e Corumbá. Na verdade passa a ser a escola o grande responsável pelo desenvolvimento da modalidade, e isso é muito ruim para nós. A escola deveria ser o formador e os clubes desenvolverem a atividade do atleta.

Esporte Ágil - O que a federação está fazendo para mudar esse quadro?
Marco Tavares
- A gente não procura ir contra a realidade, nós temos que nos adaptar a ela. Possibilitamos para que essas escolas venham participar do Campeonato Estadual da Federação. Criamos um clube escolar, que é dirigido pelo professor ou pela diretora, e esse clube participa de nossas atividades. Na verdade é uma vertente da escola, mas passa a ser fisicamente um clube, filiado na federação e na confederação, com seus alunos também sendo filiados. Não fugimos disso.

Esporte Ágil - Quem você pode citar de atleta que se destaca tanto no Estado quanto no Brasil?
Marco Tavares - Temos alguns. O Frederico Nakazone, que conquistou várias medalhas nas Olimpíadas Escolares, a Mariana Mori, atleta de Seleção Brasileira de base, e hoje temos como grande destaque a Evelyn Tomi, que faz parte da Seleção de base, e que na verdade nosso potencial todo está voltado para ela. Nos masculino temos os irmãos Rafael e William Watanabe, que são puros jogadores de tênis de mesa. Eles não praticam outra modalidade, e teriam assim condição de crescer, freqüentar uma Seleção Brasileira e quem sabe ir para uma Olimpíada, só que isso precisa de um investimento muito alto e hoje a gente não tem isso.

Esporte Ágil - Para encerrar, quais são os projetos da Federação de Tênis de Mesa para o segundo semestre e para os próximos anos?
Marco Tavares - Neste semestre agora nós temos o Campeonato Estadual Individual, o Campeonato Estadual de Clubes, e duas competições que nós chamamos de potenciais: o Campeonato Brasileiro, que vai ser este ano em Florianópolis, em Santa Catarina, e a realização de um torneio chamado Top 10, no qual os dez melhores atletas de MS disputam um torneio no Shopping. Nessas competições estamos centrados até dezembro. Encerramos o calendário e nos prepararemos para 2010.

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