Bate-Bola | Jeozadaque Garcia/Da redação | 21/11/2010 13h56

Bate-bola: Luiz Fernando Villanueva

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Luiz F. Villanueva

Sua história com o rugby se confunde com a história da modalidade em Mato Grosso do Sul. Luiz Fernando Villanueva é o primeiro presidente da Federação de Rugby de Mato Grosso do Sul, sonhos antigo dos esportistas que se concretizou em 2009.

Hoje, sua luta é para expandir o esporte em Mato Grosso do Sul. E os primeiros reflexos já apareceram: dois atletas da Capital, Miguel Greco e Renan Bastos, foram pré-selecionados para a Seleção Brasileira. Eles participaram da seletiva no mês de outubro, mas o lugar na equipe ficou pra próxima.

No Bate-bola, Villanueva fala sobre sua relação com o esporte, sobre os planos da Federação e revela seu sonho como dirigente: ter um campo público voltado exclusivamente para o rugby em Campo Grande.

Esporte Ágil - Quando você começou se interessar pelo rugby?
Luiz Fernando Villanueva
- Meu interesse começou junto com o início do rugby em Mato Grosso do Sul. Três pessoas que já tinham jogado rugby fora montaram um time aqui e começaram ir atrás de adeptos. Eu conheci aqui, gostei, aprendi com eles e viajei muito. A vida acabou os levando de Campo Grande. Isso me fez tomar a frente do rugby aqui, mesmo sendo um iniciante. Essa foi minha maior luta. Sem muita experiência, tive que segurar o rugby no Estado. Isso já faz oito anos. Hoje nós estamos no auge. Ficamos muito feliz em ver atletas como Renan Bastos e Miguel Greco, que foram pré-selecionados para a Seleção Brasileira.

Esporte Ágil - De onde veio a ideia de fundar uma Federação aqui?
Luiz Fernando Villanueva
- O rugby todo, que sempre se orgulhou do amadorismo, chegou no setor crucial, que é o profissionalismo. Como o esporte agora se tornou equipe, ele precisa se organizar. Antes, havia uma Associação Brasileira de Rugby, e hoje existe uma Confederação, que se adéqua aos modelos olímpicos. Diante dessa necessidade, montamos a federação e estamos incentivando ao máximo, pois pra jogar rugby, precisamos de adversários, e eles são nossos amigos. Hoje estamos fomentando focos de rugby na periferia da Capital e no Interior do Estado.

Esporte Ágil - Como vem sendo feito o processo de expansão no interior do Estado?
Luiz Fernando Villanueva
- Com exceção de Corumbá, as outras cidades ainda estão muito recentes. Nós temos levado clínicas, professores, cursos. Estamos tentando levar esse conhecimento que temos para as cidades que estão crescendo. A partir do momento que recebermos verba do governo, vamos repassar para que essas cidades tenham um crescimento. A partir daí, montar uma seletiva para ter uma seleção estadual forte. Hoje, o rugby ruma para os campeonatos interestaduais, ente federações. Então precisamos do crescimento no estado todo.

Esporte Ágil - O que mudou no rugby do Estado desde a fundação da Federação?
Luiz Fernando Villanueva
- Nós somos todos muito inexperientes, estamos aprendendo. Cada dia que passa, ganhamos uma experiência muito grande. Erramos muito, mas sempre buscando acertar. E hoje estamos acertando bastante. No começo, não tínhamos experiência em trabalhar com juvenis. E hoje estamos trabalhando com isso graças a pessoas empenhadas. Hoje estamos estruturando a federação para receber os juvenis, que são o futuro do rugby, tanto no feminino como no masculino.

Esporte Ágil - O rugby tem recebido apoio no Estado?
Luiz Fernando Villanueva
- Hoje é restrito ao apoio que a Funesp nos dá, não menosprezando, que é a concessão de campos. Graças a eles temos campo para mandar nosso jogos no Campeonato. Infelizmente não conseguimos ajuda financeira para ajudar nas nossas viagens pra fora. Isso sai do nosso bolso. Nós estamos prestes a firmar um convênio com a Prefeitura para a cessão de um campo, para que possamos treinar lá em dias fixos, e isso é muito difícil. A partir do momento que firmarmos um convênio, ele será muito útil. Nós vamos fazer de lá, a casa do rugby, e ainda buscar adeptos para a modalidade. Minha esperança é em breve conseguir um campo público aqui para a prática do rugby.

Esporte Ágil - O que a decisão da Copa Brasil Central deixou para os sul-mato-grossenses?
Luiz Fernando Villanueva
- Nós ficamos muito feliz pela divulgação, que foi muito forte. Teve um público muito bom, pena que não conseguimos o título. Mas eu acho que esse apoio da mídia ajuda muito a conseguir novos adeptos para o esporte e com isso fazer crescer a federação.

Esporte Ágil - O rugby é violento?
Luiz Fernando Villanueva
- Não, o rugby não é violento. Eu já joguei vários esportes, e eu acho que é o mais justo. Muitos confundem com o futebol americano, onde o contato é com qualquer atleta. No rugby é diferente. Só quem está com a bola pode sofrer o contato, e ela obviamente está preparada para isso, o que elimina a chance de uma lesão grave. Na verdade não tem violência. Ele tem escoriações. No futebol você vê mais lesões graves do que no rugby. No rugby, essas pequenas lesões são encaradas pelos jogadores como troféus.

Esporte Ágil - Quantos atletas jogam rugby hoje no Estado?
Luiz Fernando Villanueva
- Não conseguimos acompanhar diariamente o crescimento das outras cidades, mas hoje passa de 100 tranquilamente o número de atletas.

Esporte Ágil - O que a Federação planeja fazer visando as Olimpíadas de 2016?
Luiz Fernando Villanueva
- Vamos continuar com esse incentivo forte para criar novos pólos de rugby. O Campo Grande Rugby Clube, time mais antigo do Estado, não vai conseguir crescer por causa da distância entre os adversários. É muito longe para conseguir fazer jogos. Então precisamos desenvolver o rugby aqui. Nosso principal foco é fazer o rugby crescer aqui dentro, para termos um Estadual forte e jogar praticamente todo final de semana. Assim, vamos conseguir chegar a um nível de ter jogadores na seleção e ter respeito nacional.

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